O bloco Unidos do Fuxico foi campeão no Carnaval de Rio branco pela terceira vez nesta terça-feira (13). um dos principais diferenciais positivos é a preocupação com a inclusão de pessoas surdas. Há cerca de cinco anos, o bloco incluiu no desfile intérpretes de Libras (Linguagem Brasileira de Sinais), para auxiliar na comunicação desses cidadãos.
Em entrevista com o Agazeta.net, o presidente do bloco, Wellington Fraga, afirmou que incluiu os intérpretes na apresentação em 2019, porque era um ano cujo tema abordava letras e educação, que são temas afins com a Libras. Para ele, era uma ideia de levar acessibilidade às pessoas surdas e traduzir o espetáculo por meio de sinais.
“Os intérpretes de libras entraram no bloco no ano de 2019 por conta que a gente estava falando das letras, educação, nada mais, nada menos do que a gente colocar os intérpretes de libras para traduzir o samba-enredo para as pessoas surdas”, explica o presidente.

Além disso, ele ressalta que após implementar essa melhoria, não foi mais retirada, pois foi bem recebida por toda a comunidade. Desde então, não houve nenhum desfile sem a presença deles. O presidente ressalta ainda que eles sempre estarão na apresentação.
“Desde 2019, quando a gente colocou os intérpretes na avenida, nunca mais tirou. Eles foram tão aceitos. foram tão bem vistos, bem quistos, que não tem mais como a gente entrar na avenida sem ter eles. Eles nunca mais irão sair, sempre vão estar ali desfilando”, diz Fraga.

Para o intérprete Elcimar Prisco Marinho, isso não é somente uma questão de trabalho, mas de acessibilidade, no qual todos se beneficiam, uma vez que ele se inclui na língua nativa das pessoas surdas e elas se incluem na sociedade com essas iniciativas.
“A questão não é totalmente um trabalho. Se tiver comunicação com o surdo, é mais fácil transmitir acessibilidade, porque eles nos ensinam a própria língua nativa deles. Então, fazendo-se com que eles se tornem pessoas incluídas da sociedade e ainda nos inclui na língua deles”, comenta Prisco.

Além dele,a intérprete Emanuelly Oliveira Marreiro, que participou do desfile, afirma que essa questão tem tido um grande papel social, não somente no dia do evento, mas durante os anos em que foi implementado, com isso, ela como parte desta ação se sente gratificada.
“Eu me sinto muito feliz, pois o nosso bloco tem feito um papel social lindo , não só no dia do desfile, mas ao longo desses anos em que o bloco trouxe essa forma de inclusão. Nós como intérpretes de libras nos preparamos durante meses para entregar o nosso melhor no dia do desfile . E isso é extremamente gratificante”, conclui ela.

Sobre o bloco
Segundo o presidente do bloco, Wellington Fraga, o bloco Unidos do Fuxico foi criado em 1988, após a escola de samba do 15. E o tema “Cachaça” deste ano foi pensado desde 2018, pois quando ele entrou no bloco, eles eram conhecidos como cachaceiros, com isso, ele aproveitou dessa fama para criar essa temática e levar para as ruas no carnaval.
“O bloco surgiu em 1988 depois do fim da escola de samba do 15. Esse tema foi retratado por conta que em 2018, quando eu cheguei no bloco, eles eram conhecidos como muito cachaceiros, esse bloco só tem cachaça, esse povo só bebe cachaça. Esse povo é tudo cachaceiro, essas coisas assim. E aí eu peguei e eu disse, caramba, isso dá um enredo de Carnaval, e aí a gente quis retratar. Levamos esse enredo que é Cachaça para a avenida, literalmente”, explica.
