Candidatos ao governo cumprem agendas “brancas”
A campanha eleitoral começou no Acre, principalmente pelas redes sociais. Um exército de cabos eleitorais modernos, ciberantenados, virtualmente plugados e muitas vezes sem nenhum pudor, movem o noticiário político, com muito exagero. Na vida real, os candidatos ao governo cumprem agendas “brancas”, ainda, com ênfase, nesse momento, para as viagens ao interior.
Até aqui, estão confirmadas apenas três candidaturas a governador. A do atual, Tião Viana (PT), que disputará a reeleição por uma coligação de dez partidos, pelo menos; a de Tião Bocalom (DEM), numa aliança com PMN e PV; e a de Marcio Bittar (PSDB), que puxa uma lista de 11 partidos. O P-Sol ensaia disputar as eleições com o servidor público Antonio Rocha.
O confronto entre governo e oposição está na boca do povo, porque no Acre se “respira” política. Mesmo quem não está ligado diretamente a partidos políticos ou a cargos no governo tem interesse pelo assunto. “Na nossa pelada, ao invés de comentário sobre futebol, antes de ir pra campo a gente discute política”, diz o engenheiro Dirceu Perdome.
Essa fervura política constante acaba inflando as candidaturas ao governo, antes do tempo. O governador Tião Viana (PT), por exemplo, está em campanha desde que se elegeu, em 2010. “Isso é normal. Todo governo é assim”, diz o deputado federal Flaviano Melo (PSDB), um dos expoentes da oposição ao PT no Estado, acostumado a enfrentar os adversários e suas reações mais adversas.
Se não tem a máquina do Estado para azeitar suas candidaturas, a oposição usa as armas que tem. Faz denúncias, as vezes exageradas, as vezes infundadas, mas tudo dentro do seu papel. “Oposição é para denunciar mesmo”, diz o ex-líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Moises Diniz (PCdoB).
Este ano, a disputa será precedida pela Copa do Mundo no Brasil. A campanha, portanto, será efetivada apenas depois da decisão do mundial, em julho. “Por enquanto vamos fazendo o básico, o trivial, mantendo os contatos e se programando para o pós-Copa”, diz o ex-prefeito de Sena Madureira, Normando Sales, principal comandante da campanha de Tião Bocalom (DEM).
Chapas prontas para disputa
Frente Popular do Acre – A chapa da Frente Popular está pronta faz tempo. Tião Viana (PT) vai para a reeleição e terá como companheira de chapa, na condição de vice, a advogada Nazaré Lampert de Araújo, filiada ao PT há 10 anos. Ainda não tem uma agenda definida, segundo Fábio Vaz, um dos homens mais próximos do governador e sempre na linha de frente nas últimas campanhas.
Se não há agenda definida, a Frente Popular pelo menos não tem perdido tempo. Seu candidato a governador, Tião Viana, não parou um minuto em suas andanças pelo interior, levando as ações do governo.
A deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB) será a candidata ao Senado pela Frente Popular da coligação que tem dez partidos.
Coligação puxada pelo PSDB – A aliança puxada pelo PSDB tem como candidato a governador o deputado federal Marcio Bittar. Ainda não tem um vice definido, mas em compensação o conglomerado de 11 partidos tem um candidato ao Senado na rua faz tempo: o deputado federal Gladson Cameli (PP).
Na coligação de Marcio Bittar, o provável vice será a deputada estadual Antônia Sales (PMDB), mulher do prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB). Enquanto isso não se resolve, Marcio Bittar e seus aliados criaram uma agenda “branca”, por meio da qual fazem visitas a comércios e comunidades especificas durante os finais de semana.
Coligação do Tião Bocalom – O jogo começou faz tempo para o candidato da coligação DEM-PMN-PV. Seu candidato a governador, Tião Bocalom, é do DEM, e está em campanha desde 2010, quando praticamente empatou com Tião Viana (PT). Apesar de poucos partidos ao seu redor, Bocalom garante ter um exército “sem tamanho” a seu favor, o “povo do Acre”, diz orgulhoso.
Tião Bocalom tem um vice separado por uma conturbada escolha. É o deputado federal Henrique Afonso, do PV, que foi e veio incontáveis vezes para coligações dentro da oposição. Finalmente se decidiu e virou vice, num chamado que garante ter o “dedo de Deus”. Dentre os candidatos a governador, poucos têm andado como Bocalom, que não tem outra atividade há meses, senão revirar o Acre “de cima para baixo”.
O candidato ao Senado pela coligação de Tião Bocalom é o advogado Roberto Duarte Júnior, do PMN.
Pelas redes sociais
Cabos eleitorais das três candidaturas a governador estão se travando nas redes sociais. O Facebook é a principal fonte desses confrontos, onde não há limite. Uma baixaria incomum tem sido vista nos últimos tempos, sem precedentes na história. Apesar da legislação já definida, a internet é o lugar onde estão ocorrendo as principais “lavagens de roupas”.
“Temos que ter cuidado para não entrar no “oba, oba” da turma que vive no Facebook”, alerta o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Astério Moreira (PEN), que tem outras restrições ao dispositivo por sua condição de evangélico.