O Terminal Central segue sendo o principal ponto de embarque e desembarque do transporte público da capital acreana — mas a estrutura já não dá conta da demanda. Com movimentação intensa ao longo de todo o dia, o espaço está visivelmente deteriorado: apertado, mal conservado e longe de oferecer o mínimo de conforto para os usuários.
As queixas vêm de todos os lados. As paredes estão riscadas, a ferrugem toma conta de estruturas metálicas, inclusive das catracas, por onde todos os passageiros precisam passar. O odor provocado pela oxidação se mistura à sujeira. No piso, rachaduras e buracos aumentam o risco de acidentes, e até corrimões das passarelas oferecem perigo: já enferrujados, estão se desmanchando.
Nem o banheiro escapa das críticas. “Fui usar e nem água tinha. Me cobraram R$1,70 para isso”, contou uma usuária. Outro passageiro relatou uma situação ainda mais grave: “Hoje nós viemos no ônibus incendiando o tempo todo, todo mundo tossindo dentro do ônibus por causa da fumaça. Acho que ele foi direto pra garagem depois.”
Mesmo sob vigilância, inclusive da Polícia Militar, o terminal tem caixas de esgoto abertas e canaletas de drenagem expostas, sem qualquer proteção. “Não se trata mais só de sujeira. É um risco real de acidente”, comenta outro frequentador.
Convênio de R$ 7,5 milhões não avançou
Em 2020, a prefeitura de Rio Branco assinou um convênio com a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) para ampliar o terminal, no valor de R$ 7,5 milhões. No entanto, o projeto enviado continha pendências técnicas e, mesmo após notificações da Sudam, o município não apresentou soluções. O recurso, que deveria melhorar a estrutura e fomentar emprego e renda, acabou travado.
Diante da inviabilidade de reforma ou ampliação do terminal atual, a Secretaria Municipal de Infraestrutura desenvolveu um novo projeto arquitetônico: um terminal com quatro pavimentos, incluindo estacionamentos nos andares superiores. A proposta, que ainda está em fase de animação, prevê uma estrutura maior e mais moderna — mas para sair do papel, será necessário captar ao menos R$ 25 milhões.
Enquanto o projeto permanece em busca de recursos e ainda sem data para sair do papel, os usuários seguem enfrentando um terminal deteriorado, ônibus com problemas mecânicos e um ambiente que, além de desconfortável, pode se tornar perigoso.
Com informações do repórter Adailson Oliveira para TV Gazeta