Um início de ano em baixa. Assim vivem os clubes do Rio de Janeiro (outrora o melhor futebol do Brasil). A começar pela novela que já dura um mês envolvendo o técnico do Flamengo, Reinaldo Rueda.
O colombiano tem contrato com o rubro negro até final de 2018, mas nas últimas semanas vem flertando com o Chile para assumir a seleção daquele país. A inércia e falta de habilidade do presidente do Flamengo, Bandeira de Mello, irritam torcedores e diretoria do clube. Isso sem falar nos fiascos recentes onde o Urubu acumulou dois vice-campeonatos seguidos: Copa do Brasil e Copa Sul-Americana.
O Vasco, que surpreendeu na reta final do Brasileirão e papou uma vaga improvável na pré-Libertadores, teve uma reeleição de Eurico Miranda (dirigente ultrapassado e ditador) marcada por fraude.
Por isso, a Justiça anulou os votos da tal urna 7 e Júlio Brant deve assumir no dia 16 deste mês por força de ação judicial. A batalha jurídica traz incertezas e prejudica a montagem do elenco.
No Fluminense, a situação é ainda mais dramática. Sem dinheiro e patrocínio, o tricolor foi obrigado a dispensar quase um time inteiro. E agora convive com uma possível saída do principal craque: Scarpa. Se não qualificar o elenco, o Fluminense dificilmente deixará de brigar contra o rebaixamento em 2018.
Realidade que também pode ser vivida pelo Botafogo, nesta temporada. O alvinegro perdeu Jair Ventura, Róger e Bruno Silva. A estrutura de um time guerreiro se perdeu. Terá que ser remontada. Mas, o problema é que as peças de reposição não possuem as mesmas qualidades técnicas.
Pobre futebol carioca. Até parece que as glórias e os títulos do passado ficaram enterrados junto com os escombros do antigo Maracanã. Os dirigentes dos clubes do Rio são os menos preparados para fazer uma gestão moderna e eficiente que o futebol atual exige.
Senildo Melo é cronista esportivo e assina a coluna Gazeta Esportiva no site AGazeta.Net e o quadro Balanço Esportivo no programa Balanço Geral AC na TV Gazeta.