De origem humilde, Pelezinho trabalhou durante muito tempo como sapateiro (ofício que herdou do pai) antes de entrar para a política pelo Partido dos Trabalhadores (PT), ainda na década de 90.
Nos conhecemos na região da Baixada da Sobral (onde morávamos), durante realização de torneios esportivos. Anos mais tarde, o reencontraria na Secretaria Adjunta de Esportes. Eu era assessor de imprensa do então secretário da pasta, professor Mauro de Deus, em 2013. Porém, em uma daquelas reformas na estrutura polícia o governador Tião Viana decidiu colocar aquele cara simples e sem formação como secretário.
Já me preparava para deixar o cargo de assessor quando o deputado Daniel Zeen (PT), durante reunião de apresentação do Pelezinho, como novo gestor, me pediu para ficar e colaborar na divulgação dos eventos.
Aceitei de pronto. E aí passei a conhecer de perto aquele homem simples e de alma generosa. Fez uma das melhores gestões a frente do Esporte. Em 2014, viajamos juntos para a cobertura dos Jogos Escolares Brasileiros, em João Pessoa (PB). Brigou pela diária de todos da equipe e conseguiu.
Me recordo que num desses jogos, na vitória do Acre no futsal masculino sobre Maranhão, ele ficou tão eufórico que disse: "Depois dessa contribuição dada ao esporte da minha terra eu já posso até morrer", disse emocionado.
Antes de tudo morre um sonhador, um líder comunitário e um ser humano fantástico, que para viver e ser feliz bastava alguns pregos, cola e martelo. Seguindo o ofício do pai, desde de criança no antigo Mercado Velho. Morreu Pelezinho, o rei da humildade e da irreverência.
Seu único defeito era o fanatismo exagerado pelo Flamengo. Sempre vinha com uma piadinha pronta pelo fato de eu ostentar a bandeira do Vasco. Mas, tudo terminava em brincadeira.
Pelezinho deixa esposa e três filhos. Que Deus o receba em um bom lugar. Descanse em paz, meu amigo!
Senildo Melo é cronista esportivo e assina a coluna Gazeta Esportiva no site Agazeta.Net.
Foto: Arquivo família