Sejudh tenta pontuar ações de combate aos problemas
Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 2,4 milhões de pessoas no mundo são forçadas a trabalhar como escravas. Estima-se que 80% desses casos, são mulheres ou crianças.
Ainda de acordo com a OIT, os lucros ilícitos totais de trabalho forçado são estimados em cerca de 32 bilhões de dólares por ano, dos quais 76% vêm da exploração sexual, classificado como o terceiro negócio mais lucrativo em todo o mundo depois do tráfico de drogas e venda de armas.
Com objetivo de combater esses tipos de crimes, em 23 de setembro é celebrado o Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças.
Nesta sexta-feira (23), a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) em coletiva de imprensa, falou sobre o tema, destacando quatro casos que foram acompanhados entre os anos de 2015 e 2016.
As famílias das vítimas de exploração sexual infantil, trabalho escravo e tráfico de mulheres foram solucionados. Quem acompanhou os casos foi o Núcleo de enfrentamento ao tráfico de pessoas ligado à Sejudh.
Os casos de tráfico humano estão ligados ao turismo sexual, retirada de órgãos, trabalho escravo, adoção ilegal de crianças e ritos religiosos.
Segundo o secretário, Nilson Mourão, o Acre faz parte da rota estabelecida no Brasil, que tem como destino final, países da Europa. “A rota que passa pelo Acre é Rio Branco, Bolívia, Chile e Europa. Os países preferenciais são a Itália e a Espanha. Nessa data, rememoramos a resolução da ONU que manda os países refletirem sobre o drama, a tragédia da exploração sexual e o tráfico de pessoas”, disse.
A Sejudh não tem estatística nem levantamento do número de vítimas de exploração sexual e tráfico humano, no Acre. Já tentou obter essas informações junto as instituições de segurança pública como polícia federal, por exemplo, mas ainda não conseguiu. Sem saber a dimensão real do problema a atuação da secretaria se resume em prevenir esses crimes.
“Nosso trabalho é preventivo e educativo. Essa é uma situação extremamente delicada que envolve muitas dimensões. Não temos atribuição de investigação. Nosso trabalho é educar. Educar famílias, falar com igrejas pra que elas atuem, porque muitas vezes, essas coisas acontecem com o apoio da própria família. Pais e mães querem ajudar suas filhas sobretudo e ocorrem essas tragédias. Quando se deparam os fatos já estão consumados”, explica Mourão.