Há uma semana, cerca de 100 famílias protestam no local
Os invasores do ramal do cacau estão para sofrer os efeitos da segunda reintegração de posse. A superintendência do Incra pediu à Justiça que as mais de 100 famílias que estão acampadas desde a semana passada sejam retiradas da sede.
Usando as laterais dos prédios, os invasores colocaram colchões e as poucas coisas que sobraram, quando foram retirados dos lotes há um mês no ramal do cacau, na BR364, a 80 quilômetros de Rio Branco.
Um dos invasores, o Sivaldo Dantas, mostrou dois sacos onde guarda a roupa dele, da mulher e da filha de dois anos, que está doente. “Foi só o que conseguiu retirar no dia da reintegração da área. A casa que construi foi derrubada e queimada, e antes de vir para a sede do incra estava morando embaixo de uma ponte que fica próxima a entrada do ramal”, revelou.
Os invasores alegam que a fazenda Canary, palco da disputa de terras, está situada em áreas da União. O proprietário conseguiu na Justiça a reintegração de uma área que não é dele, disse o líder dos sem terra, Jânio Mesquita. “Por causa disso queremos que o Incra faça o levantamento e mostre que não existe documento na cadeia dominial do dono da canary nos 8 mil hectares que as famílias ocuparam”, explicou.
O superintendente do Incra Idésio Franke informou que já foi feito um levantamento e se comprovou que quase 6 mil hectares são partes de uma gleba da União. Com esses dados, o Incra pretende ingressar uma ação na Justiça para rever toda essa terra. O problema é que se trata de um processo judicial e pode demorar por muitos anos.