O Estádio Aluízio Ferreira, em Porto Velho (RO), foi palco de um confronto na noite de quarta-feira (22), entre Gazin Porto Velho e Humaitá, do Acre, pelo Campeonato Estadual. Apesar da vitória do time rondoniense por 3 a 2, o jogo ficou marcado por um grave ocorrido que resultou na prisão de um jogador do Humaitá.
Durante o segundo tempo da partida, o goleiro do Gazin, Rodrigo Antunes Miranda, conhecido como Digão, de 27 anos, acusou o jogador adversário Alesson Henrique Ferreira Pereira, de 30 anos, de injúria racial. Segundo o relato de Digão à Polícia Militar, Alesson teria proferido insultos racistas ao chamá-lo de “preto safado” durante uma discussão em campo.
De acordo com a ocorrência policial, o goleiro afirmou que os insultos aconteceram após ele se aproximar de Alesson para reclamar de uma suposta tentativa do adversário de “cavar uma falta”. Em depoimento, o jogador do Humaitá negou ter usado termos racistas, alegando que apenas revidou xingamentos do goleiro e que não se lembra de ter feito qualquer ofensa de cunho racial.
A Polícia Militar, que estava presente para garantir a segurança do evento, prendeu Alesson em flagrante e o encaminhou ao Departamento de Flagrantes da Polícia Civil de Porto Velho para a devida apuração dos fatos.
Nota de repúdio do Gazin Porto Velho
Após o incidente, o Gazin Porto Velho divulgou uma nota repudiando o ocorrido e reiterando o combate contra o racismo. “Não há espaço para atitudes racistas em nosso esporte ou em nossa sociedade. Respeitar o próximo é um valor essencial que todos devemos cultivar”, declarou o clube.
A diretoria aproveitou para reforçar o papel de torcedores, jogadores e clubes na promoção da igualdade e do respeito no futebol, destacando que racismo é crime e deve ser denunciado.
Nota Oficial do Humaitá
Na manhã desta quinta-feira (23), o Sport Clube Humaitá também se pronunciou por meio de nota oficial, informando que acompanha de perto o caso envolvendo o jogador Alesson e que está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.
Contexto legal
O crime de racismo é previsto no Brasil pela Lei nº 7.716/1989 e pode levar a pena de reclusão. Além disso, o episódio reforça debates importantes sobre racismo no esporte, um problema que, apesar dos avanços, ainda persiste em diversas modalidades.
As autoridades continuam investigando o caso, e o atleta acusado deve ser ouvido nos próximos dias. A Federação de Futebol local ainda não se manifestou sobre possíveis sanções esportivas em relação ao ocorrido.
Confira as notas oficiais na íntegra
– Gazin Porto Velho
Gazin Porto Velho lamenta o ocorrido na noite de hoje (22/01) e reafirma seu compromisso inabalável com a igualdade, o respeito e a inclusão. Como clube, condenamos veementemente qualquer forma de racismo, discriminação ou preconceito, seja dentro ou fora de campo.
Não há espaço para atitudes racistas em nosso esporte ou em nossa sociedade. Respeitar o próximo é um valor essencial que todos devemos cultivar. Nosso clube defende uma comunidade unida, onde as diferenças sejam celebradas e não motivo de segregação.
Aos nossos torcedores e à comunidade esportiva, reforçamos: estamos juntos na luta contra o racismo e contamos com todos para promover o respeito em todas as esferas.
Racismo é crime. Denuncie!
– Sport Clube Humaitá