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Taxistas são acusados de explorar imigrantes na fronteira

Órgão públicos já têm relação de taxistas, mas nada fazem

Com a fronteira do Acre com o Peru aberta, a região se tornou o corredor para a entrada ilegal de imigrantes africanos. Sem barreiras policiais e sanitárias, a entrada diária de imigrantes, principalmente haitianos, faz crescer um comércio que pode estar explorando essas pessoas que entram no país.

Os taxistas que fazem lotação estão cobrando preços exorbitantes, até três vezes o valor da corrida normal. Aproveitam a desinformação e o medo dos imigrantes para sobretaxar os serviços.

Quem combate essa prática na fronteira é a igreja católica em Assis Brasil. O trabalho da irmã Clarice é um destaque: ela entrega panfletos aos haitianos e africanos que chegam ao Acre.

O papel escrito em francês indica o valor que eles devem pagar pelo serviço de táxi que vão levá-los da fronteira até a sede da polícia federal em Epitaciolândia. “O valor da corrida é de trinta reais, mas os taxistas chegam a cobrar três vezes esse valor, muitas vezes o imigrante nem tem esse dinheiro”, reclamou.

A denúncia explica a revolta do taxista quando fazíamos as imagens de dois haitianos embarcando na alfândega em Assis Brasil. Ele chegou a pedir que os policiais militares retirassem nossa equipe.

Como resposta teve a ordem do policial: “Eles estão trabalhando, ninguém pode fazer nada. Qual é o problema? Você está fazendo algo ilegal?”

Em Epitaciolândia, começa a segunda etapa da viagem dos imigrantes dentro do Brasil. Da sede da policia federal vão ter que chegar até o abrigo em Rio Branco. Os taxistas fazem filas na porta do local de atendimento, aproveitando para cobrar mais uma vez valores acima do que cobram os clientes comuns.

Denúncias nos órgãos

A secretaria de Estado de Direitos Humanos já recebeu a denúncia e está com a relação de alguns taxistas que cobram os preços acima do normal. Segundo o diretor de atendimento, Russelino Gomes, por enquanto, está sendo feito um levantamento, mas o caso pode ser levado para a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual.

“A secretaria vinha denunciando os coiotes que trazem os imigrantes de seus países até chegar na fronteira do Brasil, agora se depara com o mesmo problema bem embaixo do nariz”, completou.

A Agência Reguladora dos Serviços de Transporte através de seu diretor Wanderley Valente, disse que vai convocar o presidente do Sindicato dos Taxistas para uma conversa.

Dependendo do levantamento, pode até pedir punições. Entretanto, vai cobrar das prefeituras que autorizam o serviço uma fiscalização mais forte.

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