Praça da Revolução, centro da Capital acreana. Um dos cartões postais está localizado no endereço ‘nervoso’ da cidade. Trânsito, buzinas e vai e vem de pessoas. Mesmo em meio ao caos da vida urbana é possível ter alguns segundos, talvez minutos e quem sabe, até horas de tranquilidade.
Tendas foram montadas na praça. Para saber o motivo que elas estão por lá é necessário chegar perto para matar a curiosidade. O museu improvisado expõe obras riquíssimas em detalhes e de forte expressão.
São nada mais, nada menos, que 95 telas. Poderia ser mais uma exposição, senão fosse um detalhe. Os quadros pertencem ao artista acreano Sansão Pereira. A quantidade é algo inimaginável e raro para muitos pintores.
O público admira e Sansão realiza um desejo antigo. Em um local totalmente fora e longe dos padrões, os quadros estão ali a pedido do próprio autor. Em cada desenho, vários sentimentos e paisagens.
O cotidiano das cidades, cenários tipicamente amazônicos, as curvas suaves e sensuais do corpo feminino, bandeiras do Brasil e do Acre tremulam lado a lado. 95 obras que representam cada ano vivido por Sansão Pereira.
E por falar em viver, está no trabalho incansável o segredo de ir tão longe. “Eu trabalho de seis a dez horas todos os dias. Inclusive aos sábados e domingos. Se eu parar, fico doente”, revela o acreano que pinta o próprio caminho rumo ao centenário.
As telas de Sansão Pereira presentearam Rio Branco nesses 131 anos de fundação. A exposição é aberta ao público e permanece até o dia 7 de fevereiro. Além de admirar, as obras de Pereira estão disponíveis para venda.