A cheia do rio Madeira vem trazendo uma séria crise na área econômica do Acre. Na pecuária, os prejuízos contabiizados em uma semana, período em que os frigoríficos pararam os abates, podem ultrapassar os R$ 14 milhões.
O único frigorífico que está funcionando em Rio Branco mandou 90% dos funcionários para a casa. Há 7 dias parou de abater 650 cabeças de gado por dia. O depósito está lotado. Mas, o problema são 12 carretas carregadas que estão na balsa do Abunã, esperando pela travessia. A mercadoria com destino a Santa Catarina pode se perder. A carne, cerca de 260 toneladas, só pode ficar mais 13 dias nos caminhões, depois vai se estragar.
Sem o abate nos frigoríficos parou a venda de animais em pé. As 18 mil propriedades rurais que viviam da venda do gado estão sem renda.
Em Rio Branco, a média de animais abatidos diariamente é em torno de 1.200. Desse total, 30% abastecem o mercado local, o resto é vendido para o Sul e Sudeste do Brasil.
O vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária, Luiz Augusto Ribeiro, espera que o governo do Acre esteja pronto para ajudar os pecuaristas, caso a situação persista. “Como estão gastando com funcionários, fornecedores e não conseguem vender o gado, vão precisar de linhas de crédito para se manterem no mercado”, completou Ribeiro.
O prejuízo com queda nas vendas da carne bovina pode chegara dois milhões de reais por dia.