Para muita gente, a escolha da profissão vem desde a infância. No caso de Sandra Regina não foi diferente. Filha e irmã de militar, ela confessa que foi influenciada desde cedo. “Isso vem do sangue mesmo”, diz.
Assim como a decisão pelo ofício, a entrada na corporação também foi prematura. Aos 17 anos e meio, Sandra era a mais nova integrante da polícia militar do Acre. E ela não queria saber de ficar trancada e apenas cuidar da parte administrativa.
“Sempre gostei da rua, pegar no pesado”, revela. Mesmo assim, Sandra decidiu ir além. Tudo começou no GAT, o grupo de ações táticas. Em seguida, veio o interesse em fazer parte da elite da PM. A sargento resolveu ingressar em um dos cursos mais difíceis da carreira militar.
Foram 35 dias que ela não esquece jamais. “Passava fome, não tomava banho direito e dormia cerca de 40 minutos por noite”, conta. Em vários momentos, Sandra Regina pensou em desistir. Porém, a determinação falou mais alto.
Atualmente, Sandra é sargento do Batalhão de Operações Especiais, Bope. Entre os 82 seletos policias, ela é a única mulher que atua na parte operacional. “É muito gratificante. Homem e mulher, tendo determinação, são capazes de cumprir qualquer tipo de curso”, argumenta.
Sandra está na instituição há 28 anos. Em breve, será promovida a subtenente. Em quase três décadas, ela coleciona títulos de dar inveja. Um deles, veio em 2007. No curso para formação de terceiro sargento, entre 500 alunos, a militar conquistou a primeira colocação.
“Foi uma proesa e um presente de Deus. Não imaginava que seria a 01”, lembra. 2014 também vai marcar a vida da policial. Este ano, ela vai para a reserva da corporação. Sandra afirma que cada dia trabalhado valeu a pena e a missão foi cumprida.
Difícil mesmo será após a aposentadoria. Ela ainda não parou, mas a saudade já é grande. “Eu só sei ser polícia, não sei o que vou fazer daqui para frente”, finaliza.