Max Araújo e Jimi Arruda foram considerados como “garotos de recado”
A Operação Tróia, da Polícia Federal (PF) em parceria com o Ministério Público (MP), resultou na prisão de pelo menos 20 pessoas acusadas de participarem de uma facção criminosa que atua no Acre, sob a acusação de extermínios, roubos, tráfico de drogas e armas.
O delegado a frente das investigações, Fares Fegali, declarou durante a coletiva de imprensa que um advogado foi preso, ele foi identificado como Max Araújo, e um bacharel em direito, o Jimi Arruda.
O delegado denominou essa dupla como os “garotos de recado”, ou seja, eles levavam e traziam informações de dentro do presídio, dos presos que estavam no em total isolamento, o chamado Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).
No entendimento da PF, eles ajudavam nos crimes praticados pela facção, já que eram os únicos que podiam ter acesso aos presos.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Acre, ficou sabendo do caso por meio da imprensa, mas não sabe quem são esses advogados.
O presidente da OAB/AC declarou que apoia as investigações, mas a Polícia Federal não deu mais detalhes sobre a decisão cautelar que originou essas prisões. O fato é que se houver comprovação dos envolvidos com crime eles serão suspensos e imediatamente pela entidade.
Quando tiver mais detalhes, os advogados serão encaminhados para o Tribunal de Ética e Disciplina (TED) para apurar cada conduta e definir o que será feito.
“Nós já pedimos acesso a esses procedimentos porque nós precisamos saber quem são os advogados que estão envolvidos, mas até o momento não temos acesso, não conhecemos sequer a decisão que deferiu essa busca e apreensão no escritório de advocacia. A posição da OAB, aquela que já foi externada em nota, que a OAB quer acompanhar o caso, se houver profissionais envolvidos em atividades criminosas nós vamos processar no âmbito da OAB a infração administrativa e vamos punir, a OAB não aceitará quem compactua com a criminalidade”, disse o presidente da OAB/AC, Erick Venâncio.
O presidente da entidade ainda pontuou que é preciso cautela para não generalizar o trabalho de todos os profissionais que trabalham na área criminal, por conta desses dois suspeitos.
Outro caso que chamou a atenção foi em novembro de 2017, quando o advogado Manoel Elivaldo Batista de Lima Júnior publicou um vídeo com um simulacro de uma arma, ele dizia que fazia parte de uma facção e que iria dominar Rio Branco.
Elivaldo chegou a ficar preso até fevereiro de 2018. A OAB já o suspendeu e um processo de julgamento para expulsá-lo da ordem está em andamento.
“Todos casos que chegaram com demonstração nós não temos transigido, no caso citado, eu fiz de ofício a suspensão preventiva desse advogado e encaminhei para o Tribunal de Ética e Disciplina e nós estamos aguardando que o tribunal promova o julgamento da conduta desse profissional, nós não transigiremos em nenhum caso, já fizemos inclusive esse ano processo de exclusão de advogados que transigiram seus deveres éticos”, concluiu Erick.