Mais de 10 mil índios aguardam regularização
Levantamento do CIMI- Conselho Indigenista Missionário, aponta que mais de 10 mil índios esperam a demarcação de suas terras no Acre e sul do Amazonas. São 16 áreas, e dessas, 7 ainda precisam ser identificadas, que é um processo no qual se comprova que uma etnia ocupa uma área.
Desde 2003 não se demarcou mais terras indígenas no estado, algumas viraram áreas de conflito e ou de disputa judicial.
E não entrou nessa conta outras 6 áreas de índios isolados, que segundo o CIMI, esses povos precisam receber proteção do governo federal.
“O processo de demarcação parece que vai ficar mais difícil com o governo Bolsonaro”, disse Lindomar Padilha, coordenador CIMI.
A FUNAI que vinha inoperante nos últimos anos na discussão indígena perdeu mais um pouco de sua atribuição. As demarcações agora ficam a cargo do Ministério da Agricultura, o que, para o CIMI, vai atrasar ainda mais a discussão sobre as áreas de direito dos índios. “Com certeza vai ficar mais complicado conseguir regularizar essas terras que por direito pertencem aos povos que nela habitam”, cobrou.
O governo de Jair Bolsonaro também mantém um controle maior sobre as organizações não governamentais, o que afeta diretamente o CIMU, que é mantido pela igreja católica.
A organização sempre manteve uma luta pelos direitos indígenas e nos últimos anos conseguiu manter um canal de comunicação com os governos, agora a situação ficou indefinida.
O Conselho vai se reunir com lideranças indígenas para traçar políticas de enfrentamento à política do novo governo e garantir que os índios possam ter direito a terra onde vivem.
Segundo Padilha, algumas políticas adotadas pelos governos anteriores também não ajudavam os povos, apenas mascararam programas e projetos. “Agora a coisa ficou bem mais definida: Se os índios querem a demarcação de suas terras vão ter que ir a luta”, completou.