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Deputados não vão trabalhar e não têm o dia descontado

 

Parlamentares ganham, em média, R$ 700 por dia

 

Na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), mais um dia de recesso branco. A falta dos parlamentares, que não é descontada no contra-cheque, recebe novas críticas, até mesmo de dentro do próprio parlamento.

 

“Senhores deputados, são 10 horas, horário regimental para início da sessão”. Esse é o comando para o início dos trabalhos do dia no plenário do Legislativo. Quando os parlamentares estão nos corredores ou em seus gabinetes, ao ouvir o aviso, se apressam para tomar seus postos no plenário.

 

Contudo, nas últimas semanas, principalmente às quintas-feiras, o aviso tem sido soado meramente para cumprir o regimento interno porque os deputados não têm marcado presença nas sessões.

 

Nesta quinta-feira, não foi diferente. Apenas três parlamentares compareceram. Novamente, por falta de quórum, não houve sessão. Quem falta não tem o dia descontado, e, ainda assim, recebe o salário integralmente no final do mês.

 

Sem os descontos, o salário de um deputado equivale a aproximadamente R$ 700 por dia. O parlamentar Geraldo Pereira, que não é candidato, já sugeriu que os faltosos, assim como acontece em qualquer repartição pública, deveriam ter o ponto cortado e os valores descontados no final do mês.

 

Segundo o regimento interno da Aleac, com três faltas às sessões sem justificativa, o deputado pode ser cassado. A população acredita que o recesso branco é a maior prova de falta de respeito com o que é público do que qualquer outro ato do parlamento. “Acho que isso é errado. Eles tinham que trabalhar todo santo dia”, comenta o estudante Jhonatan Rodrigues.

 

A maioria dos deputados faltosos é formada por candidatos à reeleição; quatro disputam outros cargos. Em busca dos votos, deixam a desejar com o mandato atual, e isso também gera críticas dos eleitores.

 

“Eles são candidatos e estão faltando. Não é certo. O povo tem que pensar bem em quem vai reeleger”, opina a dona de casa Rosenilde Pereira. Para a doméstica Leide Silva, o recesso branco é imoral. “Como é que eles vão sair por aí procurando voto e deixam o cargo na mão de quem, fazendo o quê? Está aí, exposto”, critica.

 

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