Material pode estar contaminando meio ambiente
Ministério Público do Estado vai investigar possível contaminação ambiental causada por lixo hospitalar encontrado a céu aberto em área de empresa de incineração, no município de Cruzeiro do Sul.
A possível irregularidade veio à tona depois da denúncia dos moradores da Ramal Mariana, na Vila Santa Rosa, localidade onde desde 2015, a empresa Liberdade Ambiental opera nos serviços de triagem, armazenamento e destinação final de lixo. Os moradores flagraram toneladas de lixo hospitalar a céu aberto e uma máquina escavando valas para enterrar o material, altamente perigoso à saúde pública, que deveria ser incinerado.
“Quando queima a gente fica passando mal com o mau cheiro, que é muito grande e prejudica os pulmões. Agora ultimamente eles pararam de queimar e resolveram queimar o lixo, e a gente tá vendo que isso não é certo pra nossa saúde,” disse a dona de casa, Maria de Fátima.
Jocélio Melo, coordenador da CBCN, organização não governamental arrendatária da firma de incineração desde o ano passado, justificou a medida enquanto uma alternativa emergencial. Segundo ele, o incinerador está em manutenção o que causou um grande acúmulo de lixo hospitalar e a consequente necessidade de acondicionamento em valas.
“a gente não está cometendo nenhum crime ambiental, a gente não está contaminando o lençol, não está contaminando nada, até porque o lixo que está ali, está inerte, pelo tempo que já está exposto nenhuma bactéria sobrevive,” justiçou Melo.
O Ministério Público informou que vai fiscalizar com rigor todo o tratamento do lixo hospitalar.
Na manhã desta quinta-feira (10) foi realizada uma reunião no MP e ficou definido que ainda nesta sexta seria realizada uma vistoria técnica envolvendo a prefeitura de Cruzeiro do Sul, Ong’s, IMAC e Ministério Público, para saber se de fato a empresa está infringindo a lei.
Durante a reunião, o promotor do Meio Ambiente, Iverson Bueno deixou claro que a prioridade é o bem-estar da população. E com base no auto de infração e embargo da empresa expedido pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre IMAC, todas as medidas cabíveis serão tomadas, incluindo assinatura de Termo de ajustamento de conduta entre o Ministério Público, CBCN e Prefeitura de Cruzeiro do Sul. “Averiguando a situação in loco e constatando alguma irregularidade que possa a vir causar prejuízo maior àquela comunidade, claro que o Ministério Público irá promover as devidas responsabilizações de quem seja eventualmente o culpado por algum caos que venha a se instalar naquela comunidade.”