As mudanças no Ensino Médio anunciadas nesta semana pelo Governo Federal devem ser observadas com alguma resistência, mas não descartadas por questões ideológicas ou políticas.

Calma

As mudanças no Ensino Médio anunciadas nesta semana pelo Governo Federal devem ser observadas com alguma resistência, mas não descartadas por questões ideológicas ou políticas. Primeiro é importante salientar que essa reforma não foi formulada pelo atual ministro. Ela já estava no Congresso.

Conversa

O que houve, então que justifica a edição de uma medida provisória? Ocorre que os resultados do último Ideb acenderam uma luz encarnada no Ministério da Educação: ou o Governo Federal efetivava alguma mudança imediatamente ou ficaria à mercê dos instáveis humores do Congresso para debater e lapidar a proposta de mudança.

Conversa II

É esse tempo que o governo de Temer avaliou que não teria. O correto era, de fato, abrir a discussão sobre quais mudanças e como aplicá-las. Chamar ao Congresso os especialistas, as organizações com trabalho específico em Educação, debater, definir e aplicar.

Tempos

Mas, a questão era a relação entre tempo cronológico X tempo político: a tendência do desempenho dos alunos na próxima avaliação do Ideb seria de piora. Aí entra a “política” no meio: um desempenho ainda mais desastroso no próximo Ideb repercutiria mal para a gestão de Temer.

Já tinha avisado

O próprio ministro Mendonça Filho já havia falado da possibilidade de edição de uma medida provisória, no mesmo dia que saíram os resultados do Ideb. A verdade é uma só: os resultados do último Ideb caíram como uma bomba no colo do Governo.

E agora?

Bom, o texto prevê flexibilização e autonomia aos Estados para criação das próprias políticas educacionais e programas. Nesse momento, os governos estaduais que são de oposição a Temer aproveitam para massificar a retórica da democracia e dizem que vão “abrir para o diálogo com a sociedade” para saber quais mudanças podem ser feitas efetivamente.

E agora? II

O Governo do Acre é um destes. Em coletiva de imprensa realizada na última sexta-feira, o secretário de Estado de Educação, Marcos Brandão, disse que iniciará as discussões que apontam mudanças no ensino Médio no Acre.

Probleminhas

Um probleminha bem prático: João estuda, por exemplo, na Escola José Rodrigues Leite. Entre as cinco áreas propostas (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Ensino Técnico), ele se identifica com Matemática. Mas, a escola em que a ênfase é dada às Exatas fica no Segundo Distrito. E aí?

Sugestões, críticas e informações quentinhasdaredacao@gmail.com

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