Em um lugar como o Acre, com mão de obra pouco (ou nada) qualificada, longe dos centros consumidores, sem infraestrutura adequada, sem capital instalado… se não for o Estado o fomentador da Economia quem será?

Ifac

A eleição para reitor do Ifac foi mais interessante do que a imprensa local supôs. Quase ignorado pelos jornais, o pleito foi interessante. Mostrou como a relação entre alunos e professores precisa ser repensada e também expôs um flagrante: uma parte da juventude quer, sim, interferir e opinar. Os jovens não estão assim… tão anestesiados como o senso comum faz crer.

Alunos

O que querem os alunos? É simples e nem precisa desenhar para entender. Eles exigiam que os candidatos Ricardo Hoffman e Rosana Santos realizassem um debate (ou outro instrumento) que apontassem as propostas que pretendiam executar, uma vez eleitos. É algo tão básico que custa a acreditar que possa fazer parte de uma reivindicação.

Eleição

Mas, o fato é que a eleição para reitor do Ifac não teve debate e ninguém soube o que os candidatos tinham em mente. As escolhas em um ou outro candidato foram feitas baseadas em quais critérios? Não se sabe exatamente.

Fato

O fato é que Ricardo Hoffman teve 949 votos e Rosana Santos 1.089. O problema é que nessa votação houve 2.866 votos brancos, nulos e abstenções. Isso equivale a 58,4% dos votos. É muita coisa. Os alunos acionaram a Defensoria Pública da União que deve formalizar uma ação junto ao Ministério Público Federal exigindo a anulação do pleito e chamando novas eleições.

Dom Porquito

Em todos esses empreendimentos com grande participação estatal sempre volta à discussão a respeito de qual o papel do Estado no que se refere à condução da Economia.

Vamos lá

Vamos lá. Vamos fazer uma conta: Natex, Fábrica de Tacos, Polos Moveleiros em Cruzeiro, Xapuri, Tarauacá, Rio Branco, Complexo de Piscicultura, Acre Aves, ZPE… quais desses empreendimentos estão consolidados no mercado? Em quanto tempo podem continuar no mercado sem a participação do Estado nas cotas de participação societária? Em quanto desses, se o Estado sair de cena, eles têm condições de “seguir em frente” com segurança?

Papel

É papel do Estado produzir porco? Produzir galinha? Produzir peixe? Isso não é uma crítica. Não é uma opinião. É uma pergunta que sugere uma discussão nada nova (mas, sempre necessária) a respeito de concepções de Economia.

Por outro lado…

Por outro lado, é bem verdade que, em um lugar como o Acre, com mão de obra pouco (ou nada) qualificada, longe dos centros consumidores, sem infraestrutura adequada, sem capital instalado… se não for o Estado o fomentador da Economia quem será? É outra pergunta.

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