Balanço
Há um sentido republicano que precisa ser valorizado na entrevista coletiva concedida pelo secretário de Estado de Segurança Pública, Emylson Farias. Não havia outro tom. Ou se assumia a seriedade dos dados ou a verdade sentida nas ruas desmentiria o gestor. “Em Segurança Pública, ninguém pode tergiversar”, ensinou. Qualquer tentativa de dourar o problema enfraqueceria ainda mais o governo, já fragilizado em tudo quanto é área.
Enquanto…
Enquanto o secretário de Segurança Pública assumia os problemas do setor, o subtenente da reserva Antônio José da Costa era assassinado na Via Chico Mendes. O crime explodiu com raiva nas redes sociais vinculadas aos militares.
10
Nas últimas 24 horas, ao menos 10 pessoas entraram no Pronto Socorro do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco, vítimas de execução. É um momento delicado na área de Segurança Pública em todo o país.
Relações
O secretário também relacionou (algo raro em entrevistas coletivas da área) Segurança Pública com Economia e falta de perspectivas para juventude. Quase metade dos homicídios ocorridos no Acre em 2016 tem envolvimento de jovens.
Corte
Aos cortesãos, a entrevista deve ter desagradado. Na verdade, foi uma fala que tratou do problema como ele é. Simplesmente.
Encurralado
Não se pode querer que a Segurança Pública estivesse bem quando a geração de empregos é ruim; a Economia do país e sobretudo a regional são péssimas; quando a presença do Exército nas fronteiras é deficitária; quando o Enafron é ineficaz…
BR-364
Deputado estadual Daniel Zen anuncia o provável fechamento da BR-364. É um anúncio com espírito ranzinza. O tom é o seguinte: quando estava com o Governo do Acre não fechava. Agora que está com o Governo Temer… não soa uma análise séria, o que destoa da postura do parlamentar que sempre se pautou por entender os problemas em suas mais diversas formas. O problema da integração do Acre via BR-364 é muito mais complexo do que sugerem as redes sociais.
Fechar BR
E mais problemas envolvendo a BR-364 se avizinham. E é bom o senador Gladson Cameli ficar atento. O Sindicato dos Caçambeiros já investiga a presença de máquinas pesadas que possivelmente devem trabalhar nos trechos de manutenção da estrada. “Se vier máquina de fora, aqui no Acre não trabalha. Vamos fechar a BR”. A fala é de uma pessoa ligada ao sindicato, lembrando compromisso do senador e do ministro dos Transportes em contratação de mão de obra local para trabalhar na manutenção da BR-364.
Violência
A violência é um problema. Isso não se discute. Porém, ao contrário da histeria dos conservadores que clamam pelo endurecimento das medidas como solução pronta e acabada é bom lembrar que a violência não nasce do nada. Ela é uma consequência. Enquanto as causas não forem atacadas, ela vai permanecer. Nem mesmo a velha máxima dos conservadores que “bandido bom é bandido morto” pode ser levada em conta. Porque para cada mano que cai, dez outros virão.
Mau ano
2016 foi também um péssimo ano para os esportes, embora nem todos tenham sido iluminados pelos holofotes da mídia, como o acidente aéreo que matou quase todo o time da Chapecoense. Como as 30 pessoas, entre elas, jogadores e torcedores que morreram quando o barco com o qual tentavam atravessar o Lago Albert, em Uganda, naufragou quando estavam a caminho de uma partida de futebol. O acidente com o avião russo também não teve a mesma repercussão na imprensa internacional.
Medo
Aluno da escola Plínio Brandão, de 14 anos, morreu de meningite bacteriana, agora, no mês de dezembro. Professores e funcionários estão apavorados com a possibilidade de contágio. O pior é que o garoto chegou a ser levado para a UPA do segundo Distrito, onde o medicaram com dipirona e mandaram para casa. Dois dias depois, ao voltar à UPA, um outro médico mais consciente desconfiou, da doença, mas já era tarde demais. E ainda tem quem é contra o aplicativo da Sesacre.
Temer Soleil
Enquanto o Brasil amarga a pior crise econômica de sua história, com 12 milhões de desempregados e sem perspectiva de melhora, o presidente Temer vive à larga. Ele iria gastar quase R$ 2 milhões só para abastecer o avião presidencial. Entre os itens, sorvetes variados. Entre eles, 500 potes de sorvete da marca Haagen-Dasz. Os lanchinhos presidenciais incluem presunto de Parma, queijo brie, muzzarela de búfala e provolone. É muito queijo! Depois quando chamam de rato… diante da repercussão negativa, o Governo recuou e cancelou a licitação.
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Foto de ilustração: Victor Augusto