Pé fora
Parece que a atitude do senador baiano Walter Pinheiro (PT) não será um caso isolado. Walter anunciou que deixará o partido. Liderança petista comentou que ninguém estranhará se o senador Jorge Viana seguir o colega. A sedução da REDE é forte. Tanto que a indicação do médico Júlio Eduardo, o Julinho, para vice de Marcus Alexandre, foi de JV. Julinho foi o coordenador da campanha Marina presidente.
Pé fora II
Lideranças petistas não sabiam que o senador Jorge Viana (PT) participou do encontro da oposição em Lisboa. Parece que a “escapada” deveria ter sido mantida em segredo. O problema foram as malditas câmeras de tevê. Em resumo, as imagens pegaram todo o PT de surpresa.
Artêmio
O presidente da Câmara de Vereadores, Artêmio Costa, finalmente encontrou onde se acomodar. Amanhã, ele assina a ficha de filiação ao PSB. O vereador estava encontrando dificuldades com os pequenos partidos que orbitam em torno do PT, por conta dos candidatos. O PSB acolheu.
PDT aceita
Já o PDT, inchado pelo monte de pessoas que o governo do estado manda para lá, não tem nenhum problema em aceitar Márcia Regina (Gabinete Civil). Uma das estratégias aponta para a filiação de Márcia em um dos partidos da FPA, para que ela possa ser indicada vice de Marcus Alexandre. A manobra resolveria boa parte dos problemas do PT com os aliados: não sairia com “chapa pura”, o que em tese significa concessão para partidos da coligação e teria uma mulher na chapa que vai disputar com outra mulher (Eliane Sinhasique, PMDB).
Aposta
O PMDB, que apostou na própria esperteza, poderá rachar o focinho. Ao inflar a polêmica para tirar a presidente Dilma Rousseff do poder, para que Michel Temer assumisse, não contou com o poder de aglutinação de quem está no poder. Rachou com o governo, seus 68 deputados deverão votar pelo impeachment (não contém com esse total!), mas, para que o impeachment seja aprovado são necessários 342 votos. Se o impeachment não passar, o glorioso poderá ser enterrado. E, sem glórias.
E agora, Osmir?
Osmir Lima é o típico caso de erro de avaliação com consequências desastrosas. Conhecido por suas posições anti-PT, acabou num partido satélite do PT. Brindado com um carguinho, não se furtou a defender o governo em programa semanal de tevê. Quando o partido dele, PSDC, rompeu com o PT, mesmo sabendo de todos os “vícios” do partido comandante-em-chefe, preferiu sair do partido a abandonar o governo. Foi abandonado!
Kátia Abreu
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, sai do PMDB e vai para o Partido Republicano. Não é à toa. A ministra, ao aceitar fazer parte da gestão petista, deixou de dialogar com uma parte minoritária do PMDB que a tinha como uma espécie de “traidora” do agrobusiness. É um grupo pequeno, mas poderoso porque ligado à agricultura de grande escala. É um grupo que nunca aceitará fazer parte do governo petista.
Kátia Abreu II
Então, a ciranda ficava assim: para uma pequena, mas influente ala do PMDB, Kátia os traiu. Para a maior parte dos petistas, Kátia era representante dos ruralistas. Como diriam os avós, ela ficou imprensada entre “a língua e o beiço”. Junte-se a isso, a importância e o poder inerentes ao cargo de ministra e se tem uma receita do apego ao cargo.
Antônia Lúcia
Essa ida de Abreu para o PR vai ter consequências muito práticas aqui para o Acre. Uma delas é tornar o provável retorno de Antônia Lúcia ao parlamento federal. Como a coluna já adiantou diversas vezes, a “filha da terra” e o marido, deputado federal Silas Câmara (PSC/AM), já estão com agendas cheias de atividades pelo interior do Acre há algum tempo (frise-se: há algum tempo).
Intrigante
Para quem acompanha o fogo cruzado em que se transformou a política em Brasília, não há como pensar em prazo longo: os incêndios precisam ser apagados diariamente. Mas, para quem quer entrar nessa ciranda do poder, 2018 já começou faz tempo. Antônia Lúcia é um exemplo.
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Foto de ilustração: Sérgio Vale/Agência de Notícias do Acre