Diniz põe em suspeição atuação do secretário
A segunda fase da Operação Lares também repercutiu no parlamento acriano. Deputados sugerem exoneração do secretário de Habitação, delação premiada e até mesmo que a Polícia Federal inicie investigação paralela.
O desdobramento da Operação Lares foi o subsídio que faltava para amparar as denúncias que ainda chegam até os deputados, sobre critérios injustos de entrega das casas populares.
O primeiro a acender o debate foi o deputado Gehlen Diniz (PP). Diante do escândalo que recaiu sobre a Secretaria de Habitação, ele cobra a exoneração de Jamil Asfury.
“É inadmissível que a assessoria direta do secretário esteja envolvida no esquema e o secretário continue no cargo. Quando esteve aqui, cobrei dele uma situação de documento que provaria que uma senhora, esposa de um assessor do mesmo, foi beneficiada com casa na Cidade do Povo e que essa senhora é ocupante de cargo comissionado na Prefeitura de Rio Branco. Então o secretário está envolvido até o pescoço. É preciso cortar o mal pela raiz”, afirmou Diniz.
Integrante da base de sustentação, o deputado Raimundinho da Saúde (PTN) sugere que a Polícia Federal inicie investigação paralela, já que as habitações são construídas com dinheiro da União.
Ele ressalta que por diversas vezes recebeu denúncias onde pessoas com perfil totalmente contrário ao programa habitacional estavam recebendo moradia popular.
“É inadmissível você ver uma pessoa que levamos até ao conhecimento da Sehab, cadeirante, morando em uma situação sub-humana, onde colocamos em uma conversa com esse rapaz que foi preso ontem e que disse que não tinha condições de fazer uma casa, que tinha que aguardar. E esse não se enquadra nos critérios”, desabafou.
Para a deputada Eliane Sinhasique (PMDB), a delação premiada deve ser oferecida a todos os envolvidos presos. A parlamentar também opina que em defesa de inúmeras pessoas contempladas e que ainda não receberam suas casas, as investigações devem ir mais a fundo. Eliane também ressalta que pessoas demitidas recentemente da Sehab, podem ajudar no desfecho de outras fases da operação.
“Pessoas foram demitidas por que sabiam demais. Essas pessoas têm inclusive documentos da Sehab e podem ajudar nas investigações”, enfatizou.
Ponderado, o líder do governo usou pouco tempo da fala no grande expediente da sessão para comentar sobre a Operação Lares. Durante um discurso sobre “cultura de paz”, ele lembrou que foi por determinação do próprio governo que as investigações iniciaram.
“Houve sim uma determinação do governador do estado para que fosse apurado, doesse a quem doesse”, disse.