Projeto de escola municipal despertou a curiosidade de pais e das próprias merendeiras
Há quatro anos, um projeto desenvolvido pela escola municipal Francisca Aragão, em Rio Branco, despertou a curiosidade de pais e das próprias merendeiras.
O “lanche interativo”, como ficou conhecido, trouxe para o ambiente escolar a inovação e ao mesmo tempo deixou muita gente preocupada.
Já imaginou crianças de quatro a seis anos de idade servindo a própria refeição na hora do recreio? E ainda se alimentando em pratos de vidro e com a ajuda de talheres que não sejam de plástico. Essa é a rotina dos pequenos estudantes.
A coordenadora de ensino, Bernadete Rocha da Silva, explica que ideia trouxe um certo receio. “Os funcionários pensavam que isso não ia dar certo”, lembra.
Mesmo assim, o projeto foi para o ‘teste de fogo’. No começo, as crianças ficavam perdidas, afinal, era uma novidade. Mas, em questão de pouco tempo, logo veio a adaptação e a surpresa.
“A ideia é que as crianças tenham autonomia desde cedo. Os pais viam aquilo e não acreditavam”, enfatizou a coordenadora.
São os alunos que servem sopa e no dia que é macarronada, eles comem com garfo. Bernadete fala que tudo é supervisionado por adultos, uma maneira de evitar acidentes.
O projeto é considerado um sucesso. Além de desenvolver os pequenos, foi útil para diminuir o índice de desperdício na escola. “Antes, eram as merendeiras que determinavam a quantidade. Muitas vezes, colocava mais que a criança desejava. Hoje, isso não ocorre”, expõe.
Nenhum dos 192 estudantes ficam de fora do “lanche interativo”. Com tantas crianças, fica aquela pergunta: quantos pratos já foram quebrados? Um questionamento que a coordenadora faz questão de responder.
“Comparado aos vários anos do projeto, a quantidade é mínima. Observamos que tem valido apena essa prática”, comentou. Por enquanto, a escola Francisca Aragão é a única da capital a desenvolver essa ideia pioneira e ousada ao mesmo tempo.