Local agora serve de abrigo de moradores de rua
Quem passa pela antiga delegacia da segunda regional, situada na mesma rua da Câmara de Vereadores de Rio Branco, vê um prédio abandonado. Bem próximo a um dos pontos turísticos e históricos mais importantes, o calçadão da gameleira, e de uma escola infantil, o espaço virou abrigo de moradores de rua.
Antes disso, o prédio foi depredado e virou depósito de lixo e banheiro público por vândalos que utilizavam droga no local.
Atualmente, dois casais ocupam o prédio. Andreza Nascimento, de 22 anos, dorme numa pequena sala com o marido. Ela mora na rua desde os nove anos de idade e, sem ter para onde ir, está há cinco dias no prédio, “eu não tenho opção, não tenho trabalho, se eu arrumasse um trabalho eu trabalhava, mas ninguém dá pra moradores de rua.”
Edineuza Pinto de Lima ocupa o local, onde antes, era a cela dos presos. Um papelão a protege do contato direto com o chão na hora de dormir. Há 12 anos ela mora na rua e como a delegacia estava abandonada, decidiu se abrigar no local. “Falta de opção mesmo, eu não tinha apoio da minha família, aí logo eu perdi minha mãe, o meu pai, aí eu caí nessa,” relatou.
As duas mulheres admitem ser usuárias de drogas, mas alegam que não têm apoio para mudar de vida.
Logo na entrada do prédio, um aviso explica que essa delegacia mudou para a Cidade do Povo. O secretário interino de Polícia Civil do estado, Getúlio Monteiro, informou que o imóvel foi desativado no ano passado e encaminhado para desafetação na Procuradoria Geral do Estado.
“Aquele prédio onde estava funcionando a 2ª regional é um prédio bastante antigo, e realmente ele não tinha, não disponibilizava as condições adequadas para o trabalho e por isso que teve essa mudança para a Cidade do Povo.”
O local onde antes servia para reprimir o crime, agora virou alvo dos criminosos, já que não é utilizado somente por moradores de rua. “Já chegou os relatos de que está ocorrendo ali, alguns atos de vandalismo, então a própria segunda regional, situada na Cidade do Povo, vai ser acionada para iniciar uma investigação para identificar as pessoas que estão praticando esse dano ao patrimônio público.”