Destino correto seria um aterro sanitário
As 10 toneladas de mercadorias estragadas, apreendidas em uma balsa em Porto Acre, foram parar no lixão do município, e estão levadas e consumidas pelas famílias que catam lixo.
Os produtos, como arroz, feijão e trigo deveriam ser enterrados num aterro sanitário, mas, para facilitar o serviços, as vigilâncias sanitárias de Porto Acre e do Governo do Estado levaram para o lixão de Porto Acre, que fica localizado no ramal da Linha 6, na Vila do Incra, a 30 quilômetros de Rio Branco.
A constatação feita por nossa equipe ocorreu quando fomos verificar o destino dos produtos. Quando chegamos ao lixão, encontramos apenas uma pequena quantidade de arroz e feijão. Os sacos de nylon, onde estavam o trigo, foram levados, ficando apenas alguns montes do produto espalhados pelo lixão.
Como começou
Os produtos foram parar no lixão a partir de uma denúncia de que mercadorias estragadas estariam sendo negociadas com preço abaixo do mercado. Os fiscais foram até as duas balsas que estão ancoradas desde o dia 17 de maio para verificar o estado das mercadorias. Descobriram que uma parte estava estragada por que foi molhada e ficou mofada.
Segundo os responsáveis pela balsa, as embalagens das mercadorias, que ficam na parte da frente foram danificadas. E mais, uma árvore caiu sobre a balsa, afetando algumas caixas.
Há 17 dias, seis empresas retiram as mercadorias das balsas que vieram de Rondônia com diversos produtos. Elas saíram no dia 13 de abril e foram contratadas quando a BR-364 estava fechada, por causa da alagação do rio Madeira.
As mercadorias estavam com as datas de validade, mas estão sem condições de consumo porque foram molhadas e mofaram.
A coordenadora da vigilância sanitária de Porto Acre, Josielma Oraquis, informou que por enquanto não haverá multa, apenas a apreensão da mercadoria, mas uma investigação pode apontar crime. A vigilância disse ter indícios de que produtos estragados estavam sendo vendidos.
Foi ela quem informou onde as mercadorias estavam sendo levadas. Só não sabia que as famílias que moram próximas tinham levado parte do produto estragado e até as embalagens, como os sacos de trigos, que são de nylon e usados, na área rural, para colocar a produção, e como estavam fáceis no lixão, foram levados. Sacos cheios de trigo 50kg também podem estar nas residências dos produtores rurais ou nas Vilas do Incra e do V, que ficam próximas.
Ainda serão levados para o lixão outros sacos de trigo que ficaram na balsa e produtos que estão armazenados num comércio em frente ao porto.
Sem o devido fim, os produtos estragados podem estar chegando ao consumidor do mesmo jeito, só que dessa vez, pela mão do poder público.
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