O Serviço de Água e Esgoto de Rio branco (Saerb), na manhã desta sexta-feira (15), publicou uma nova lista com cerca de 65 bairros no qual o serviço supostamente foi regularizado. Nela é possível constatar vários bairros, que foram mencionados na lista desta quinta-feira (14), o que corrobora com a versão da população de que o serviço de fato não foi normalizado. Com isso, a informação oficial que foi divulgada até o momento é que em todos esses bairros, deve chegar água em algum momento do dia.
Veja abaixo a lista com os bairros que o abastecimento de água foi normalizado:


O site Agazeta.net, por meio de uma pesquisa nas redes sociais nesta quinta-feira (14), constatou a insatisfação de muitas pessoas, que mesmo após o anúncio de normalização do Saerb em 75 bairros nesta quinta-feira (15), não tiveram o serviço de água regularizado.
Diversos bairros e localidades foram mencionados, como: Morada do Sol, Manoel Julião, Pedro Roseno, João Eduardo I, Rui Lino, Joafra, Nova Esperança, Placas, Adalberto Sena, Santo Afonso, Tancredo Neves, São Sebastião, Conjunto Esperança, Bosque.
Alguns desses não receberam nenhum abastecimento em vários dias, outros receberam apenas abastecimento parcial e por pouco tempo, o que dificultou o armazenamento da água nos reservatórios. Com isso, foi constatado, que embora chegue um pouco de água em alguns bairros, o serviço não está normalizado.
Os comentários mais comuns foram: “Morada do Sol, sem água a 15 dias”, “Joafra, nenhuma gota a dias”, Bosque caiu um pouco a noite e logo a água sumiu”, “Nova Esperança tá sem água”, “Adalberto Sena, caiu um pouco ontem, mas não deu para encher as caixas”.

Após a abertura de um inquérito civil pelo Ministério Público (MPAC), para investigar a situação, a direção do Saerb assegurou que a questão estava resolvida. No entanto, a realidade vivenciada por moradores como a família da funcionária pública, Francisca Cruz revela um cenário de privação e dificuldades extremas.
De acordo com ela, com a casa inundada durante a cheia, a família precisou se abrigar em condições precárias, lidando com a falta de água para tarefas básicas do dia a dia, como preparar comida e lavar roupas. A situação se agrava pela presença de três crianças na família, que enfrentam a escassez de recursos em meio à crise.
“É horrível com três crianças, como é que eu vou fazer comida? Eu vejo as crianças pedindo comida e eu vou lá, abro uma lata de sardinha e faço uma farofa e dou para elas comerem, porque não tem água. Eu estou lavando aqui uma roupa porque a vizinha me deu um tanque d’água. A sensação é de esquecimento, porque todo dia é uma promessa. E assim vai indo todos os dias e nunca chega”, comenta a funcionária pública.
A matriarca da família, Maria Francisca, de 87 anos, relata que nunca havia passado por uma situação tão extrema, e enfatiza a dificuldade de lidar com a falta de água em meio a outras perdas materiais decorrentes da enchente.
“Nós perdemos muita coisa, perdemos três guarda-roupas, tudo perdido, mas isso para mim não foi nada. Agora, o que está sendo mais é estar faltando essa água para nós. Vivermos nessa seca horrível”, conclui Francisca.
Matéria em vídeo produzida pela repórter Débora Ribeiro para a Tv Gazeta