O nível do Rio Acre em Rio Branco foi registrado em 4,81 metros na manhã de quinta-feira (28), mostrando uma oscilação constante nos últimos dias. O monitoramento da Defesa Civil Municipal segue ininterrupto, uma vez que a intensidade das chuvas nos próximos meses é imprevisível.
Um levantamento recente revelou os extremos do nível do rio Acre nos últimos dez anos, tendo como referência o dia 27 de novembro. O menor volume registrado foi em 2020, com apenas 1,57 metro, enquanto o mais alto foi em 2018, com 7,90 metros.
O dado que mais chama atenção, porém, é o de 2023, quando o rio marcava 3,05 metros, nível inferior ao atual. Coincidentemente, em 2024, o estado enfrentou a maior cheia já registrada, causando preocupação com o cenário atual.

Segundo o coronel Cláudio Falcão, coordenador municipal da Defesa Civil, o acúmulo de chuvas acima da média em outubro e novembro deste ano aumenta a possibilidade de uma cheia antecipada, que normalmente ocorre entre fevereiro e março. “Janeiro já se torna uma ameaça, porque estamos com precipitações muito acima do esperado. Isso reforça a necessidade de nos prepararmos para eventos extremos”, destacou.
Faltando poucos dias para o final de novembro, o acumulado de chuvas em Rio Branco já alcançou 296 milímetros, 48% acima da média prevista de 199 mm. Historicamente, 73% das inundações na capital ocorrem entre fevereiro e março, mas o aumento da frequência das cheias desde 2021 indica um padrão preocupante.
“Desde 2021, temos registrado transbordamentos anuais, sem intervalos. Isso nos obriga a atualizar constantemente nossos planos de contingência, mobilizar secretarias e preparar toda a estrutura necessária para enfrentar um possível desastre”, explicou Falcão.
5ª Conferência Municipal de Meio Ambiente
O aumento no nível do Rio Acre ocorre em um momento em que mudanças climáticas estão no centro do debate. No dia 3 de dezembro, Rio Branco sediará a 5ª Conferência Municipal de Meio Ambiente, no Teatro Universitário da UFAC.
O evento busca engajar gestores públicos, especialistas e a sociedade civil na construção de estratégias para mitigar os impactos das mudanças climáticas. Entre as ações previstas estão:
– Infraestruturas sustentáveis;
– Resiliência agrícola;
– Arborização urbana;
– Melhorias na gestão de recursos naturais.
A Defesa Civil reforça o monitoramento contínuo e alerta a população para a importância de acompanhar os boletins oficiais, especialmente em períodos de chuvas intensas.
Com informações da repórter Débora Ribeiro para TV Gazeta