Além disso, R$ 100 milhões em danos morais, que deve ser revertido para projetos dentro da reserva
Foto: Ramon Aquim/WWF Brasi
Organizações socioambientais pedem que cessem o desmatamento e as invasões na Reserva Extrativista Chico Mendes e também uma indenização de R$ 189 milhões pelos danos ambientais. Além disso, R$ 100 milhões em danos morais, que deve ser revertido para projetos dentro da reserva.
Eles se uniram e ingressaram com uma ação na Justiça Federal contra a União, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e também contra os órgãos fiscalizadores que estão omissos diante da devastação da Resex.
Para o Instituto de Estudos Amazônicos (IEA), o Governo Federal precisa agir rápido para evitar que a Resex perca suas características.
“A Resex precisa de uma presença do poder público urgentemente, porque ela estar sob cuidados exclusivamente das comunidades e como existem invasões de grupos econômicos ilegais em alta escala, e com isso, não é possível esperar que as comunidades possam controlar um processo que vem acontecendo na Amazônia e que se agravou nos últimos anos. Então, é necessário uma intervenção e presença do poder público federal”, explica a presidente do IEA Mary Allegretti
Com 970 mil hectares a Reserva Extrativista Chico Mendes abrange nove municípios do Acre, que vai desde de Assis Brasil na fronteira com o Peru e a Bolívia e segue até Sena Madureira. Uma unidade de conservação onde só deveriam viver extrativistas, mas que vem sofrendo com o desmatamento descontrolado. Tendo em vista que são centenas de áreas invadidas, e quem entra, vende a madeira e transforma a floresta em pasto.
Muitas famílias tradicionais perderam seus lares, além dos invasores que vem de Rondônia o local também sofre com tráfico de drogas; todos usam a força para ocupar a região.
“Muitas famílias estão sendo expulsas e muitas lideranças não têm mais condições de ficar, e o motivo não é porque não quer, e sim porque a situação estar exigindo”, explica a presidente do Instituto Chico Mendes Ângela Mendes.
Além de presidente do Instituto, Ângela é filha de Chico Mendes, ela traça uma linha de batalha pela floresta que o pai lutou e perdeu a vida para manter. Atualmente 8% da reserva está desmatada o que dá mais de 78 mil hectares. No ano de 2021, 10% de todo o desmatamento no Acre aconteceu na reserva, e isso mostra o nível de concentração das invasões e ações dos madeireiros.
Com informações de Adailson Oliveira para TV Gazeta