O filme Até o Último Homem, baseado em fatos reais e lançado em 2016, conta a história de Desmond Doss, que se alista no exército norte americano no período da Segunda Guerra Mundial porém se recusa a usar arma. O intuito dele é na verdade auxiliar como médico dos combatentes, Desmond chega a salvar mais de 75 pessoas em sua jornada durante os conflitos.
Particularmente sou uma grande fã do Andrew Garfield, que interpreta Desmond, porém nunca tinha assistido a um filme com ele no gênero de Guerra/Drama, e agora é um dos meus filmes preferidos. No início, acompanhamos um pouco da infância do personagem, e toda a raiz de sua fé.
A impressão que tive sobre o cenário de guerra era mais como um pano de fundo, no qual é mais focado sobre com o que Desmond precisa lidar, motivações, pensamentos e ações. O primeiro amor dele, Dorothy, é uma enfermeira que ele conhece na cidade em que mora, inclusive ele diz para a mãe que vai se casar com Dorothy, apesar da mulher ainda não saber disso. Ele de fato se casa com ela antes de ser enviado para o exército.
No exército, quando se encontra com os soldados, ele acaba sendo espancado e caçoado, tanto pela sua recusa em não segurar armas, quanto pelos outros aspectos de sua religião, em que ele também se nega a trabalhar aos sábados por respeito ao descanso sagrado. Ele acaba sendo visto pelos colegas e superiores como alguém que não vai “servir” para o combate.
Já assisti esse filme várias vezes e é sempre interessante ver como Desmond não perde a fé e sempre recorre a ela para obter ajuda na salvação dos soldados que não conseguem se locomover devido aos ferimentos. Ele diz “Deus, me ajude a salvar só mais um”, e apesar das mãos estarem em carne viva por amarrar e descer os combatentes para que estes cheguem em segurança onde estão os outros, ele continua os ajudando.
Em algum momento você pode pensar que ele não vai conseguir, porque é tanta violência na guerra, literalmente uma questão de vida ou morte, e Desmond, sem usar armas mas no meio de tudo isso, acaba dando a impressão de que estamos sempre prendendo o ar, prestes a ver o pior acontecer. A construção do personagem, que teve como origem alguém real, é bastante profunda e emocionante em todo o filme.
Deixo aqui (como sempre) alguns trechos do filme, que está disponível na Amazon Prime e HBO. Indico também (caso você se interesse) que pesquise sobre a história do soldado Doss, vale muito a pena!
“Não tenho problema em usar meu uniforme, saudar a bandeira e cumprir meu dever. O problema é portar uma arma e tirar vidas humanas.”
“A maioria desses homens não crê da mesma forma que você. Mas eles acreditam tanto no quanto você crê.”
“Não pense, em momento algum, que irá me desapontar. Eu irei amá-lo, não importa o que aconteça.”
“Talvez eu seja orgulhoso. Mas não sei como viverei se eu não seguir o que acredito.”
O verdadeiro Desmond Doss foi soldado e socorrista do exército dos Estados Unidos, além de ser a primeira pessoa a receber a Medalha de Honra do Congresso sendo objetor da consciência, ou seja, quem segue princípios que são incompatíveis com o serviço militar. Desarmado e sozinho salvou a vida de mais de 75 pessoas. Doss era membro da Igreja Adventista do Sétimo dia e faleceu em 2006, em Piemonte, Alabama.
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Amanda Oliveira é estagiária na TV Gazeta e estudante de Jornalismo na Universidade Federal do Acre