No Acre, os trabalhadores são contratados para realizar atividades como derrubadas ilegais e implementação de pastagens
Com informações do repórter Márcio Souza para a Tv Gazeta
Quando se trata de trabalho análogo à escravidão, a região norte corresponde a 60% dos casos registrados em todo o país. No Acre, os trabalhadores são contratados para realizar atividades como derrubadas ilegais e implementação de pastagens.
Algumas características que explicam a alta porcentagem são a miséria, propriedades em áreas isoladas e pouca instrução sobre esse tipo de trabalho. O procurador do trabalho da 14ª região do estado de Rondônia e do Acre, explica que a situação é pior na região devido a falta da presença do Estado e desenvolvimento econômico.
“Não temos uma presença estatal constante em localidades isoladas, não temos um desenvolvimento econômico que possibilite essa população se ativar de modo digno em situações que não faça que ela fique na vulnerabilidade e naquele ciclo da miséria”, afirmou.
De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) em 2022, 2.575 mil trabalhadores foram resgatados de situação análoga a escravidão em todo o país. Neste ano, já foram resgatados 523 trabalhadores no Acre.
Em julho de 2021, a Operação Resgate II conseguiu tirar 37 trabalhadores de situação análoga à escravidão no município de Manoel Urbano, no Acre. Essas pessoas receberam seguro desemprego emergencial durante três meses e agora aguardam o pagamento das verbas rescisórias. Oito meses depois, o processo está na etapa de instrução.
Algumas autoridades que podem ser procuradas que representam o Estado em casos de trabalho análogo à escravidão são: Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Essas autoridades entram em contato com o MPT e a Polícia Federal para realizar uma operação e resgatar as vítimas.
As denúncias também podem ser feitas através do site https://mpt.mp.br/ e pelo aplicativo Pardal.