Como diz o poeta Luís de Camões: “Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói, e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer.” No dia 12 de junho, então, é comemorado o Dia dos Namorados, o dia mais romântico do ano e quando o amor é celebrado mesmo quando ele dói.
Muito da ideia de amor romântico que aprendemos vem de filmes hollywoodianos, livros de romance e músicas melosas, o que nos afasta um pouco da realidade. Esse sentimento que, por sua complexidade, pode ser confundido com a volátil paixão, mas diferente desta, deixa uma marca para a vida.
Às vezes, por esse motivo, é necessário nos espelhar em histórias reais, daqueles que experienciam o amor a mais de décadas juntos. Como veremos na linda história de Itamar Zannin e Maria de Fátima Bezerra Zannin, que foram unidos pelo destino.
O Encontro
Os caminhos de Itamar e Maria de Fátima se cruzaram em 1978 no Instituto Nossa Senhora das Dores, que futuramente seria conhecido como o Colégio Meta. Ele, vindo de Santa Catarina, para assumir a direção da escola, já ela, era professora das primeiras séries do Fundamental. Na troca de direção, Fátima acabou saindo da escola para também terminar o curso de Pedagogia que fazia na Universidade Federal do Acre (Ufac).
Por ironia, ela se tornou aluna do sócio de Itamar, que acaba sendo convidado para sua solenidade de formatura. Sendo ele, “o carinho e o sorriso dela me contagiou”. No início de 1980, então, Fátima vai trabalhar na coordenação do Colégio. Logo a convivência foi evidenciando um sentimento maior de interesse entre os dois.
O primeiro beijo
Certa noite houve o convite para um jogo de vôlei na quadra do Colégio, dentre as quais Fátima foi convidada, e, inclusive, era jogadora do Internacional de Rio Branco. Então na hora de deixá-la no carro, o primeiro beijo acontece. E assim começa uma bela história que já dura 43 anos.
Em 06 de março, de 1980 teve a apresentação para a família.
Em 20 de agosto, no aniversário de Fátima, celebraram o noivado.
Do mesmo ano, no dia 20 de dezembro, aconteceu o casamento na igreja Santa Inês sob a presidência de frei Clodovis Boff.
No mês de outubro de 1983, nasce o primeiro filho, Itamar Zannin Junior. Enquanto que em julho de 1985, o segundo filho Frederico Zannin também vem ao mundo.
Hoje em dia
Após mais de quatro décadas juntos, os dois continuam ativos em atividades na igreja. Têm um sítio com pista de caminhada, horta, fruteiras, bichinhos e até mesmo um lago para peixes. Além de um viveiro de plantas, criado pela apreciação dos dois pelas flores.
A vida tranquila construída ao longo dos anos, com muitas histórias, viagens e encontros, não tem preço.
Aprendizados
Segundo o casal, a chave para essa união duradoura vem de certas lições. Primeiramente a paciência, para mesmo nos momentos difíceis, aprender com as diferenças e imperfeições através do diálogo.
Além disso, entender que um é diferente do outro e aprender com essas condições. Também sempre cultivar a transparência e o respeito pela individualidade do outro.
Por fim, Itamar reflete sobre a principal lição que aprendeu e diz: “Não sei se existe algo principal. É todo um conjunto de vivências. Chega um tempo que a gente já sabe o gosto um do outro. Convivência, transparência, entrega, querer ver sua parceira ou parceiro feliz, agradecer a comida gostosa. Não se acomodar. Usar da criatividade. Sair para jantar com amigos. Não se perder em coisas menores. Precisamos ser mais positivos, proativos. Agradecer mais.”
Relembrando esse tempo de caminhada, eles dizem que o casamento aconteceu em um dia de muita chuva. As bodas de prata também foi em dia chuvoso. E a expectativa é que nas bodas de ouro, comemorando os 50 anos juntos, também caia a chuva para celebrar a vida e a convivência juntos.