Em razão da superlotação das unidades estaduais de saúde, causadas em decorrência do surto de Síndrome Gripal e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), o Governo do Acre publicou um decreto que estabelece a situação de emergência na Saúde Pública. Por conta disso, fica o seguinte questionamento: o Estado está preparado para atender a demanda?
O secretário Estadual de Saúde, Pedro Pascoal, contou que esse decreto é feito de maneira estratégica para que o Ministério da Saúde ajude, financeiramente, na abertura de novos leitos e a conversão dos já existentes no Estado.
Um relatório que descreve o aumento nas últimas quatro semanas epidemiológicas foi feito e mostra a prevalência entre os casos positivos de 17,8% para Influenza A, 6,9% para Influenza B, 45,7% para o vírus sincicial respiratório, e 23,5% para o SARS-CoV-2 (COVID-19).
Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 20,9% para Influenza A, 12,3% para Influenza B, 10,4% para o vírus sincicial respiratório, e 51,7% para SARS-CoV-2 (COVID-19).
Dados mostram que os mais afetados pelas síndromes são as crianças. A taxa de ocupação diária do Hospital Infantil nesta quinta-feira, 22, na Enfermaria, era de 84,7% dos leitos, o que equivale a 50 leitos.
Na UCI Pediátrica, onde são acomodados pacientes com situação potencialmente grave, cerca de 80% dos leitos estavam ocupados. Já na UTI, 70% dos leitos.
O estado do Acre possui 20 leitos de UTI Pediátrica para atendimento de toda a população. Nas últimas semanas, a taxa de ocupação está oscilando entre 80 e 130% com crianças, em alguns momentos, ficando internadas nas salas de emergência das unidades de alta complexidade.
“Fizemos um pedido, junto ao Ministério da Saúde, para que esse recurso fosse expandido e que as UTIs neonatais também fossem contempladas”, disse Pascoal.
A alta taxa de ocupação é uma realidade conhecida pela Secretaria Estadual de Saúde há algum tempo e, por isso, já foram contratualizados mais 10 leitos novos de UTIs neonatais com recurso próprio, de acordo com o secretário.
“Levamos um levantamento para o Governo Federal e pedimos um subsídio financeiro que contemple esse valor”, reiterou Pascoal.
Outro ponto que deve ser observado é a baixa cobertura vacinal nos últimos anos, principalmente na população infantil.
“Recentemente, nós relançamos a campanha de vacinação. Na oportunidade, os pais conseguem revisar a caderneta vacinal, que é um ponto extremamente importante”, finalizou o secretário.
Com informações adicionais do repórter Marcio Souza para a TV Gazeta