Por Inayme Lobo para o Agazeta.net
O grupo ‘Maracatu Pé Rachado’ realiza apresentações em escolas de Rio Branco, neste mês de novembro, como parte do “Novembro Negro”, movimento nacional em memória da luta do povo preto e de celebração da cultura afro-brasileira. A primeira acontece nesta segunda-feira (20), na Escola José Ribamar Batista (Ejorb).
O dia da Consciência Negra, também conhecido como Dia Nacional de Zumbi, 20 de novembro. Nesta manhã de segunda-feira, a Escola José Ribamar Batista, no Aeroporto Velho, recebeu o grupo para realizar a segunda apresentação.
O integrante do grupo, Guta Rio, relata a importância da experiência em prol de disseminar informações relativas a cultura para os jovens, as apresentações são exclusivas para os estudantes.
“E a busca pelo acesso da cultura para dentro das escolas, que consequentemente são dentro da comunidade, por que o maracatu, a raiz é dentro da comunidade trazendo as forças ancestrais, falar sobre os orixás, mostrar que o batuque é lindo”, diz Guta Rio.
Segundo o jovem, na época da escravidão o povo negro não podia cultuar a própria religião. Então, através do maracatu era exercido a fé.
“Chamar de maracatu como forma pejorativa, como bagunça de negros, até hoje as pessoas confundem com bloco de carnaval, com uma brincadeira, mas a história por trás é que era usado para cultuar os orixás”, explica Rio.
Esclarece, também, que os estudantes podem escolher seguir em busca de mais informações, após as apresentações, que levou maior conhecimento em relação ao maracatu, pois há falta de informação sobre as religiões.
“O nosso objetivo é levar para a comunidade, por que os jovens não conhecem a cultura por que não tem acesso, então uma vez que eles têm o primeiro acesso eles vão poder ir atrás se interessar”, diz Rio.
O grupo Maracatu Pé Rachado surgiu em 2017 com a proposta de oferecer oficina para mulheres, depois foi aberto grupos para homens, além disso, a iniciativa do projeto tem apoio do Governo do Estado do Acre, por intermédio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM/AC). A apresentação também é parte do Projeto Sesc Sons do Aquiri.
O integrante acrescenta que há falta de conhecimento gera preconceito, pois o maracatu é uma cultura diversa, não é especifico do Acre, informa que ele nasce em Pernambuco no Recife.
“Mas temos que levar em consideração que cada um tem sua fé e exerce da forma que quer. Na maior parte do nosso grupo, não são de religião. É importante falar isso por que na nossa história o povo negro foi escravizado e não podia cultuar sua religião. Então por mais que eu não seja da religião, está na história”, finaliza.
As apresentações estão agendadas para acontecer em cinco escola. Na tarde desta segunda-feira (20), o Maracatu Pé Rachado levará os tambores à Escola José Ribamar Batista (Ejorb), no Aeroporto Velho, a partir das 12h.
Em 25 de novembro, serão duas apresentações, a primeira, às 07h30, na Escola Lourival Sombra, no Tangará, depois, às 10h, o Maracatu se apresenta na Escola Sebastião Pedrosa, no 2º distrito. Por fim, no dia 09 de dezembro, encerrando a turnê do Maracatu pelas escolas da capital, ainda haverá uma apresentação na Escola Pedro Martinello, às 10h, localizada no Tancredo Neves.
Estagiária supervisionada por Gisele Almeida