Por Kerolayne França para o Agazeta.net
A campanha Dezembro Vermelho iniciou na última semana em Rio Branco, e tem como principal objetivo conscientizar a população sobre o contágio e tratamento contra o vírus HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s). O coordenador do Núcleo Estadual das Infecções Sexualmente Transmissíveis, Jozadaque da Silva Beserra, relatou que, nos últimos 12 anos, a taxa de detecção da doença aumentou de 9,8% para 11,8%.
O Acre apresentou, nos últimos seis anos, 99 óbitos por Aids. Para o coordenador, o número ainda é muito alto, visto que representa aproximadamente cerca de 17 óbitos por ano. Este número poderia ser menor se essas vítimas tivessem procurado tratamento de uma forma mais rápida. Não só o número de óbitos precisa diminuir, como também o número de infectados.
Para essa redução, Beserra explica. “Precisamos munir nossa população cada vez mais sobre a importância das formas de prevenção e que, se der positivo, o tratamento é totalmente gratuito”.
Pacientes que são infectados precisam buscar tratamento de forma imediata e contar também com o apoio de uma equipe multiprofissional, como psicólogos e nutricionistas, de modo que dê a esses pacientes mais chances de viver uma vida tranquila ou próxima da normalidade.
O preconceito e discriminação ainda são enormes, situação que atrapalha àqueles que querem buscar o tratamento, mas sentem receio e medo de alguma forma de exposição. Falar sobre o vírus nas mídias sociais é o principal método de combate a desinformação, segundo Beserra.
“Em pleno 2023, muitas pessoas acham que tem HIV é da comunidade LGBTQIAPN+, e não é. Qualquer pessoa, de qualquer classe social, identidade de gênero e orientação sexual pode adquirir o vírus se não houver proteção em suas relações sexuais. Ou se não buscam formas de proteção e prevenção”, relata.
Entenda a Aids
A Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (Aids) é uma doença que se agrava a partir da infecção do HIV, ou seja, se o paciente contrai o HIV e não busca tratamento, a tendência é o quadro evolui para a Aids.
“Por isso a importância do tratamento. Pessoas que têm o vírus HIV e tratam, não evoluem para a AIDS e quando chegam a ficar com a carga viral indetectável, não transmite mais o vírus”, diz o coordenador.
Atualmente, existem algumas maneiras de prevenção. Jozadaque Beserra explica sobre a ‘Mandala de Prevenção Combinada’, trata-se de um infográfico em formato de pizza e cada fatia corresponde a uma forma de prevenção.
As mais comuns são os preservativos masculinos e femininos e o gel lubrificante. Em Rio Branco, hoje, são disponibilizadas Profilaxia Pré-Exposição (PrEp) na Atenção Básica de Saúde e o Profilaxia Pós-Exposição (PEp) no Pronto Socorro (PS) e UPAS, ambas são profilaxias de combate contra o vírus HIV.

Estagiária supervisionada por Gisele Almeida