A agência ‘Paiakam Turismo’ é acusada de cancelar passagens e não dar reembolso aos consumidores. A a dona de casa Ocicleia Cabral planejou uma viagem para João Pessoa em março e se tornou uma das vítimas da empresa ao receber um golpe de R$ 3 mil. Na tentativa de reaver o dinheiro, ela buscou o Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), Delegacia de Polícia e até mesmo o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) foi acionado.
Há dois meses, Ocicleia Cabral tenta ter o dinheiro de volta, mas não consegue contatar os responsáveis pela empresa. Ela relata que já desistiu da viagem devido aos transtornos causados pela agência.
“Ela não dá opção de nada, nem de devolução nem outra data de viagem. Eu simplesmente já desisti, porque eu já saí no prejuízo, tanto da passagem quanto do local que eu paguei para ficar hospedada”, diz Cabral.
A sede da empresa Paiakam funcionava em uma pequena sala no conjunto Manoel Julião. O local foi fechado nos últimos dias e até os móveis foram levados. Após a denúncia de um possível crime de estelionato, a proprietária fechou as portas e não atendeu às ligações telefônicas e não lê as mensagens.
De acordo com informações, as primeiras vítimas que se identificaram estavam em 23 pessoas, mas, após a notícia espalhar, surgiram novas acusações contra a empresa. Hoje, existe um grupo no Whatsapp com 102 possíveis vítimas da Paiakam Turismo. O golpe pode chegar a R$ 500 mil.
Depois que juntou o pagamento de dezenas de clientes, a proprietária da Paiakam avisou sobre o cancelamento dos voos, mas não devolveu o dinheiro das vítimas. O engenheiro Davi Weliton perdeu R$3 mil. Ele viajaria para Natal, no Rio Grande do Norte, para o aniversário da filha de 15 anos em fevereiro. Para não estragar a festa, comprou novas passagens e agora tenta pegar de volta o que repassou a Paiakam.
“Um golpe. Estamos aqui querendo ser vistos pelas autoridades para que não caia no esquecimento, que nós possamos ser estornados nesse valor”, diz Davi Weliton.
Até o momento, a polícia, o MPAC e o Procon ajudaram as vítimas do golpe. Elas estão tentando encontrar a proprietária, que desapareceu depois das denúncias.
Posicionamento
A Paiakam Turismo publicou uma nota de esclarecimento para os consumidores que alegam terem sofrido golpes da empresa. Confira a nota completa na íntegra:
Prezados clientes, a PAIAKAM TURISMO, empresa que possui 14 anos no mercado acreano, vem, por meio desta manifestar-se quanto aos acontecimentos em comento. Insta informar que desde meados de agosto de 2023, a fornecedora de passagens #NLCONSOLIDADORA, a qual, a PAIAKAM repassava TODOS OS VALORES INTEGRAIS passou a cancelar passagens PROMO vendidas aos clientes.
A PAIAKAM ao saber dos cancelamentos procurou a referida fornecedora que pediu prazo para fazer ost estornos das passagens, o que ainda não ocorreu. Após os cancelamentos a #NLCONSOLIDADORA confessou que a #123Milhas seria sua fornecedora das passagens PROMO que foram canceladas.
Em razão dos diversos cancelamentos e que até a presente data a NL CONSOLIDADORA não efetuou o estorno dos valores aos clientes, nem tampouco repassou á PAIAKAM TURISMO o percentual das comissões, o que seria totalmente empregado em estornar os valores aos clientes finais, assim foi ajuizado o processo n° 0716421-17.2023.8.01.0001, que visa buscar a reparação de todos os danos causados.
Informamos ainda, que a agência física foi fechada visando garantir a segurança física da Sra. Cleonice, que vem recebendo diversas ameaças de morte por meio das redes sociais (Instagram e WhatsApp), bem como por pessoas que estão indo ameaçar a representante da empresa em locais públicos As ameaças à integridade física da Sra. Cleonice, que é uma mãe, uma mulher trabalhadora, ocorrem quase que diariamente, motivo pelo qual, após tais fatos a PAIAKAM encontra-se trabalhando de forma remota e dispensou os serviços da NL consolidadora, e segue trabalhando com outros fornecedores sérios em busca de arcar com todos os prejuizos dos clientes, em nenhum momento a PAIAKAM Turismo ficou com os valores dos clientes, bem como, já acionou o judiciário por todo o prejuízo causado à sua reputação, e os danos materiais, que sofreu em razão da sua fornecedora que foi afetada pela crise da 123 milhas.
O art. 170 de nossa Constituição Federal, estabelece a valorização do trabalho humano e a livre iniciativa, nenhuma empresa está livre de sofrer um abalo através de um fornecedor. As empresas têm relevante função social garantem o funcionamento da ordem econômica, geram desenvolvimento. Esclarecemos que a PAIAKAM seguiu fazendo acordos com os clientes prejudicados até onde pôde, mesmo tendo sido totalmente descapitalizada pela NL CONSOLIDADORA.
Nós como advogadas incentivamos que as pessoas lesadas não busquem “fazer justiça com as próprias mãos”, bem como é bom relembrar que segundo a nossa Constituição ninguém é considerado culpado sem sentença condenatória transitada em julgado, que as partes têm direito à ampla defesa e contraditório. Muitas pessoas estão condenando a empresa sem saber de fato o que vem acontecendo.
Frisamos, que a PAIAKAM está empenhada na solução para tais fatos utilizando as vias jurídicas, tentando a duras penas sobreviver à tal crise, somente com a empresa trabalhando a mesma poderá arcar com os prejuizos para garantir que todos os clientes sejam ressarcidos, assim que forem feitos os estornos seja por via judicial, ou de forma voluntária pela NL Consilidadora, os mesmos serão totalmente repassados.
Matéria produzida em vídeo pelo repórter Adailson Oliveira para a TV Gazeta