As mulheres representam maioria expressiva entre as pessoas que tiveram confirmação de contágio da Covid-19 no Acre. De janeiro de 2023 até a segunda semana de 2024, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) registrou 8.321 casos confirmados da doença. Desse quantitativo, 5.082 que testaram positivo são do sexo feminino, o que representa 61,1% do número total.
Em contrapartida, os homens tiveram um percentual menor, com 38,9%, o que resulta em 3.239 casos positivos da Covid-19. Quanto à faixa etária dos confirmados, a maior proporção encontra-se entre 30 e 39 anos nos dois gêneros.
O estudo observa que entre as crianças recém-nascidas até os nove anos, mais testes positivos se deram no sexo masculino. Porém, a partir dos 10 aos 49 anos, o número cresce para as mulheres. De 50 até uma idade superior a 80 anos, a porcentagem volta a ser negativa para os homens.
Covid-19 no Acre por sexo e idade

Ponto de vista médico
A infectologista Cirley Lobato, professora do curso de Medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac), explica que alguns fatores podem colaborar para que o número de positivados entre homens seja mais elevado. Ela conta que desde 2020, as mulheres foram mais afetadas pelo novo coronavírus.
“Em todas as etapas, desde 2020, as mulheres foram as mais afetadas pelo novo coronavírus. Na literatura, existe uma lacuna no conhecimento para explicar essa maior suscetibilidade, mas essa grande diferença de gênero se traduz, por exemplo, no percentual de homens e mulheres que vão ao médico quando estão doentes, ou seja, os homens em geral buscam menos assistência médica do que as mulheres”, explica Lobato.
Além disso, ela afirma que, na maioria dos casos, os homens já chegam no hospital com o estado de saúde agravado, pois existe essa demora na procura de um profissional. Porém, destaca que as mulheres são mais afetadas pelas sequelas da infecção.
“Eles tardam mais e chegam nos hospitais por causa de casos mais graves. Apesar do serem mais acometidas, as mulheres têm resposta imunológica mais eficiente ao novo coronavírus que os homens, evoluindo menos para o quadro grave, porém elas são mais afetadas pelas sequelas da infecção do que homens. Sendo que 91,2% apresentam perda de memória e fadiga e perde ou fica com a capacidade de demonstrar afeto comprometida”, salienta a infectologista.
Sesacre
O boletim informativo foi disponibilizado pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). Por isso, site Agazeta.net entrou em contato com a pasta para buscar mais esclarecimentos sobre os dados e entender essa diferença de contagio entre os sexos, porém foi informado que, para uma resposta mais efetiva, precisa-se de um estudo.