Seis capitais brasileiras aparecem nas últimas posições do Ranking do Saneamento 2024, um levantamento do Instituto Trata Brasil, em parceria com a consultoria GO Associados. Por outro lado, cidades médias do interior do Paraná, de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, além da capital paulista, encabeçam a lista com os melhores índices de saneamento do país.
Em sua 16ª edição, o estudo analisa a distribuição de água tratada e a coleta e o tratamento de esgoto nos cem municípios mais populosos do Brasil — veja o ranking abaixo. Feito desde 2009, o estudo indica que a falta de acesso à água potável impacta quase 32 milhões de pessoas, e cerca de 90 milhões de brasileiros não possuem acesso à coleta de esgoto.
Manaus (AM), São Luís (MA), Belém (PA), Rio Branco (AC), Macapá (AP) e Porto Velho (RO) tratam menos de 25% dos detritos que vão para o esgoto todos os dias. Maceió (AL) também aparece no final da lista, mas consegue devolver 31,19% do esgoto que produz limpo para a natureza.
A pior situação é a da capital do Acre. Com 364,7 mil habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Rio Branco trata apenas 0,72% do esgoto que gera. Significa dizer que os resíduos de apenas 2.600 habitantes da capital acriana são devolvidos limpos para o meio ambiente.
Situação parecida vive Porto Velho, já que apenas 1,71% do esgoto é tratado na cidade do Norte do país. Como tem 460,4 mil habitantes, o percentual representa tratamento dos detritos de cerca de 8.000 pessoas. Considerando os indicadores de coleta de esgoto e distribuição de água tratada, Porto Velho é a pior cidade em saneamento do ranking.
Na terceira posição desse ranking está Belém, uma vez que 2,38% do esgoto da capital paraense, que tem 1,3 milhão de moradores, passa por processo de purificação. O cálculo mostra que o esgoto de pouco mais de 31 mil pessoas é tratado na cidade.
Saerb
O site Agazeta.net entrou em contato com o Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) para entender melhor sobre a situação na capital. Veja a nota na íntegra:
O Saerb recebeu com esses valores de 0,72% na reversão, ou seja, da antiga gestão. Nós estamos realizando a reforma nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), e após a reforma e a reativação será possível tratar em torno de 40/50% do esgoto coletado. Já foram reativadas algumas unidades compactas e que estão trabalhando com outras em processo de levantamento de custos para reativação, e as unidades maiores estão em fase de licitação. A reativação das unidades maiores possibilitará o tratamento de cerca de 30-40% do esgoto da cidade.
Há um recurso de 12 milhões previsto para essas reformas e reativação das ETE’s compactas e suas elevatórias.
Exemplo em saneamento básico
Na contramão das notícias negativas, cidades médias do Paraná, de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, além da própria capital paulista, dominam as primeiras posições do ranking de coleta e tratamento de esgoto e distribuição de água potável.
Maringá (PR) ganhou 13 posições em relação a 2023, lidera o ranking de saneamento básico e serve de exemplo para as demais cidades do país, conforme o ranking do Instituto Trata Brasil. A cidade do interior paranaense coleta 99,99% do esgoto e trata 100% dos resíduos dos 409,6 mil habitantes. Para completar, entrega água para 99,99% dos moradores da cidade.
A segunda posição pertence a São José do Rio Preto (SP), que perdeu uma posição em relação ao ano passado. Polo regional do noroeste paulista, com 480,4 mil pessoas, Rio Preto oferece 100% de água tratada, coleta 99,99% dos resíduos e trata 100% do que passa pelos tubos subterrâneos de esgoto.
A cerca de 100 km da capital paulista, Campinas (SP) está no terceiro lugar do ranking em 2024 — depois de uma modesta 21ª posição no ano passado. Os moradores contam com 99,69% de água tratada, 95% de coleta de esgoto e 80,3% do tratamento dos resíduos.
São Paulo, com 11,4 milhões de moradores, está em 7º lugar no Ranking do Saneamento 2024 e figura como a primeira capital da lista. Sete em cada dez litros de esgoto produzidos na capital são tratados, conforme o indicador. Já a água tratada é enviada para 99,29% da população paulistana.