Com base nos dados do módulo anual sobre educação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua de 2023 (PNAD), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de analfabetismo atinge 64 mil pessoas acima dos 15 anos Acre.
O levantamento aponta que eram 30 mil analfabetos com 60 anos ou mais, o que equivale a uma taxa de analfabetismo de 32,1% para esse grupo etário. Ao incluir, gradualmente, os grupos etários mais novos, observa-se queda no analfabetismo para 19,3% entre as pessoas com 40 anos ou mais, 12,4% entre aquelas com 25 anos ou mais e 9,4% entre a população de 15 anos ou mais.
Os dados indicam que as gerações mais novas têm maior acesso à educação, e são alfabetizadas ainda quando crianças. Por outro lado, as maiores taxas de analfabetismo continuam concentradas entre as pessoas com mais idade.
Quando se trata de gênero, a taxa de analfabetismo nas mulheres de 15 anos ou mais, em 2023, foi de 8,9%, enquanto a dos homens foi de 10%. Para a faixa etária mais velha, a taxa dos homens permanece superior, com 32,9% e das mulheres com 31,4%. Outro ponto a se observar, está relacionado à cor, 5,7% das pessoas de 15 anos ou mais de cor branca eram analfabetas, percentual que se eleva para 10,1% entre pessoas de cor preta ou parda. No grupo etário de 60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo das pessoas de cor branca alcançou 21,8% e, entre as pessoas pretas ou pardas, chegou a 33,7%.
“O Acre ainda ter 64 mil pessoas que não sabem ler e nem escrever é um número que muito nos preocupam. A gente tem pelas Organização das Nações Unida (ONU) um número de corte que é 4% da população, esses 4% seriam o número de 40 mil chamados de universalização de alfabetizaçã”, diz o secretário de estado de educação, Aberson Carvalho.
De acordo com o secretário de estado de educação, no comparativo entre 2021 e 2023, houve uma redução de casos de analfabetismo no estado, passando respectivamente de 80 mil pessoas para 64 mil, o equivalente a 16 mil pessoas que não fazem mais parte da estatística.
“O Acre está em uma campanha da educação de jovens e adultos para tentar reduzir esse número, são pessoas que estão acima de 15 anos, que não sabem ler e nem escrever. Muitos deles moram na área rural, ribeirinha ou distante. Muitos deles não têm perspectiva de estudar ou buscar aprender, pois moram em localidades de difícil acessos. Temos também em Rio Branco pessoas com essa caracterização. É nesse sentido que as nossas políticas de alfabetização de jovens e adultos vêm buscar dar resposta”, acrescenta.
No Acre, a proporção de pessoas de 25 anos ou mais de idade que terminaram o Ensino Médio passou de 26,6% em 2022 para 28,4% em 2023, revelando um leve avanço na educação básica obrigatória.
“Nosso objetivo é que até 2026, nós alcancemos esse número estabelecido de 4% da ONU que considera um município com zero analfabetismo. Isso tudo nós estamos buscando com o tempo. Avançamos muitos, pois o Acre em décadas passadas, nós éramos campeões nos números de alfabetismos, mas ainda temos muito a avançar.”
Matéria produzida em vídeo pela repórter Wanessa Souza