Após dois meses de greve, os professores da Universidade Federal do Acre (Ufac) decidiram, em assembleia geral nesta quarta-feira (3), encerrar a paralisação. Iniciada em 2 de maio, a greve não se limitou a reivindicações por reposição salarial, mas também protestos contra as acusações de assédio no Colégio de Aplicação da universidade.
Durante a assembleia, os docentes discutiram e aprovaram os “Princípios Norteadores para a Retomada das Atividades Docentes” e deliberaram, por unanimidade, pela suspensão da greve a partir do dia 3 de julho, com o retorno das atividades programado para a próxima segunda-feira, 8 de julho. No entanto, o reinício das aulas ainda depende da aprovação do novo calendário acadêmico pelo Conselho Universitário.
A assembleia foi marcada por discursos impactantes que ressaltaram a importância do movimento grevista para a Ufac e o cenário educacional do estado. A presidente do grêmio do Colégio de Aplicação, Evelyn Martins, destacou a relevância do movimento para a comunidade estudantil.
“Durante essa greve, pela primeira vez, eu me senti pauta. Enquanto Colégio de Aplicação, me senti vista dentro de um movimento de reivindicações. Acredito que, como todos nós ainda sabemos, o Colégio de Aplicação é visto e foi visto por muito tempo como um apêndice da Universidade Federal do Acre”, enfatizou Martins.

Apesar das conquistas pedagógicas, o Comando de Greve Local, que será dissolvido em assembleia nesta quinta-feira (4), alertou que a luta continua. Em nota publicada após a decisão, destacaram que as ações da reitoria não penalizarão a classe estudantil.
“A intransigência da reitoria em assinar o termo de acordo dos consensos em mesa de negociação e de pactuar por criação de grupo de trabalho para debater as demais pautas após a greve não pode penalizar a comunidade acadêmica.”
Depois de meses de tensão, espera-se que a Ufac retome suas atividades normais gradualmente, com uma universidade mais combativa e crítica em relação à administração.