A cidade de Rio Branco enfrenta uma grave crise ambiental e de saúde pública devido à paralisação da única estação de tratamento de esgoto da capital, a ET São Francisco. Esta estação, que operava com apenas 40% de sua capacidade, agora está completamente inativa há uma semana, resultando no despejo direto de esgoto não tratado no meio ambiente.
Segundo o Sindicato dos Servidores do Saerbe, a paralisação ocorreu devido a danos na bomba da ET São Francisco, deixando todo o sistema de tratamento da empresa sem operação. Marcelo Jucá, presidente do sindicato, denunciou a situação como um “crime ambiental” que coloca em risco não apenas a saúde da população, mas também os trabalhadores e o meio ambiente local.
Atualmente, apenas metade dos detritos da cidade é coletada pela rede de esgoto, dos quais apenas 8% recebem tratamento adequado. O restante acaba nos igarapés, no Rio Acre e no lençol freático, a principal fonte de água para milhares de residências.
A cidade possui mais de 40 estações de tratamento compactas, adquiridas entre 2006 e 2010 por mais de 30 milhões de reais. No entanto, a maioria dessas estações nunca funcionou devido a furtos de materiais, principalmente elétricos. Das 75 estações elevatórias destinadas a transportar o esgoto até as estações de tratamento, apenas três estão operacionais.
Enoque Pereira, presidente do Saerb, afirmou que a gestão tem buscado recursos estaduais e federais para melhorar o sistema de tratamento de esgoto em Rio Branco, mas reconhece os desafios significativos de infraestrutura e financiamento.
Além da ET São Francisco, outras importantes instalações de tratamento de esgoto, como a estação na estrada de Porto Acre e a da Conquista, estão paralisadas há anos, apesar de promessas de reforma por parte das autoridades municipais e estaduais desde 2022.
Com tantos pontos de esgoto a céu aberto e despejos nos corpos d’água locais, não é surpresa que as unidades de saúde de Rio Branco estejam constantemente sobrecarregadas. A falta de tratamento adequado de esgoto não só prejudica o meio ambiente, mas também representa um sério risco à saúde pública, aumentando o número de doenças e impactando negativamente a qualidade de vida dos residentes.
Diante desse cenário, a população aguarda medidas urgentes das autoridades competentes para resolver essa crise que afeta diretamente a saúde e o bem-estar de todos os cidadãos de Rio Branco.
Matéria me vídeo produzida pelo repórter Adailson Oliveira para TV Gazeta.