O ônibus da Ricco Transportes, que foi autuado na segunda-feira (8), no Terminal Central de Rio Branco e removido ao pátio do Detran porque estava com os documentos atrasados desde 2022, ainda repercute na Câmara de Vereadores.
Foram os próprios servidores da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (RBTrans), que fizeram a ação. Os agentes também descobriram que o veículo não oferecia segurança aos usuários e que foi pintado na cor azul de forma ilegal, já que no documento do veículo consta cor vermelha como predominante. A vereadora Elzinha Mendonça (PP) deu entrada em um requerimento pedindo que a prefeitura envie a lista de todos os veículos que rodam no sistema, com a relação das placas, os referidos documentos de licenciamento e que as informações sejam divulgadas no site da prefeitura, para que o usuário possa fiscalizar o serviço.
A vereadora Elzinha Mendonça ressalta a falta de acessibilidade e a escassez da manutenção periódica nos transportes públicos de Rio Branco: “O que nós temos visto é ônibus quebrar, deixar os estudantes, os trabalhadores no meio da rua, isso é corriqueiro acontecer, inclusive a falta dos elevadores para as pessoas cadeirantes, isso é lastimável. Eu acredito que nós precisamos ter um olhar diferenciado para essa questão”, comenta.
A RBTrans já sabia que o documento do ônibus autuado estava atrasado. E o pior, outros veículos podem estar na mesma situação.
O presidente da mesa diretora da câmara, o vereador Raimundo Neném, acusa a empresa Ricco de atrasar os salários dos motoristas: “O recurso da prefeitura é passado mensalmente e é preocupante porque o servidor cria expectativa para pagar suas contas, e o pagamento não está chegando. Segundo o diretor da empresa está com 10 dias de atraso e que essa semana ia regularizar, então vai para 15 dias de atraso de pagamento, então é preocupante. Nós estamos cobrando aqui a empresa de ônibus Ricco que recebe em dia, a prefeitura paga em dia, então tem que cobrar de quem está devendo”, ressalta. A Ricco recebeu nos últimos anos quase 12 milhões de reais em subisídios para que pudessem operar no sistema sem reclamar dos custos.
O líder do prefeito na câmara Jõao Marcos Luz, negou a crise na RBtrans e disse que não existe salário atrasado, que o que houve foi um problema técnico na sede da empresa em São Paulo, mas ainda essa semana o dinheiro será depositado na conta dos trabalhadores: “É fake news, infelizmente, uma informação inverídica. Obviamente teve um atraso de um dia, porque em São Paulo foi feriado e a empresa tem a sua matriz lá e com uma questão bancária não teve como fazer o pagamento no dia. Não há atraso, quando acontece é por questões burocráticas”, diz.
O requerimento da vereadora Elzinha Mendonça entrou na pauta dessa quarta-feira, mas não foi votado, ficando para a sessão dessa quinta-feira.
Com informações do repórter Adailson Oliveira para a TV Gazeta