“Movimento caiu cerca de 70%” diz gerente de loja
As ruas do centro de Rio Branco estão praticamente desertas, muito diferente da agitação do cotidiano. E nem parece início de mês, quando os trabalhadores estão com dinheiro no bolso, dispostos a pagar contas e quem sabe gastar no comércio. Para os empresários, o cenário é desolador.
A funcionária pública Solange Fidelis nunca imaginou que o centro algum dia ficaria a mercê da alagação. Ela está surpresa com a situação. “Já vi várias alagações, mas com essas consequências, nunca. Tive que deixar o carro lá na Maternidade pra chegar até aqui”, explica.
Desde que o governo e a Prefeitura bloquearam o acesso às ruas centrais da cidade, o fluxo de pessoas na região diminuiu drasticamente. O comércio foi profundamente impactado.
Em alguns estacionamentos particulares, diante da total falta de clientela, os proprietários deixaram os portões abertos. Por todo lado, os vendedores estão de braços cruzados.
Em uma loja de eletrodomésticos o gerente estima que o movimento caiu cerca de 70%. Mesmo assim, a empresa mantém o atendimento aos poucos clientes que aparecem. Sobram críticas para a situação imposta ao setor. “O trânsito não oferece risco. As pontes eu concordo com a interdição por que há riscos, mas interditar o centro desta forma, a vida continua”, questiona o gerente Gerônimo Neto.
Na principal galeria do centro, o único movimento é dos vendedores, que sem ter o que fazer, percorrem os corredores. Várias lojas estão com as portas fechadas. O comerciante José Eloy Gomes contabiliza queda de até 80% nas vendas. Ele ainda não compreendeu o porquê de interditar o trânsito em áreas que não foram alagadas. “Se for por causa do Samu, interdita algumas ruas apenas, a Epaminondas Jácome por exemplo, o trânsito estava correndo normal. A gente está sendo prejudicado por que o povo não chega. Está complicada a situação”, opina José Eloy Gomes.
Renata Oliveira rompeu com a distância para pagar uma conta no centro. Com nove meses de gestação, enfrentou a chuva e os problemas de trânsito para cumprir com seus compromissos. “Está a maior confusão no transporte. Tive que descer no Estádio José de Melo. Ninguém sabe informar se paga novamente pela passagem, como que fica. Vim pagar por que não dá pra ficar com dívida, mas se não fosse isso teria ficado em casa, por que está um caos”, reclama a auxiliar administrativo.