O céu coberto por uma espessa camada de fumaça, torna o ambiente desconfortável e perigoso para a saúde no Acre. A combinação de altas temperaturas, ausência de chuvas e baixos índices de umidade relativa do ar tem criado condições perfeitas para a ocorrência de queimadas, agravando ainda mais a situação.
Nas últimas semanas, a qualidade do ar em todo o estado se deteriorou significativamente, levando a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) a manter um estado de alerta contínuo. Desde a decretação de emergência ambiental, os números de queimadas têm aumentado de forma alarmante. Durante o mês de agosto, foram registrados 1.540 focos de queimadas, elevando o acumulado do ano para 2.280. Dados de monitoramento revelam que a cada mil novos focos de incêndio, 22 pessoas são internadas devido a problemas de saúde, especialmente respiratórios.
Marcos Malveira, coordenador do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES), destacou a gravidade da situação: “A qualidade do ar no Acre piorou drasticamente nas últimas semanas. Ontem, chegamos ao nível de 201 em Rio Branco, o que, segundo a Organização Mundial de Saúde, é considerado péssimo. Isso traz consequências severas para a saúde pública da população”, diz.
Diante desse cenário, o governo estadual tem recomendado uma série de medidas preventivas para proteger a saúde da população. Entre elas, o aumento da ingestão de água e líquidos para manter a hidratação adequada. É também aconselhável reduzir o tempo de exposição ao ar poluído, priorizando ambientes ventilados com ar-condicionado ou purificadores de ar. Outras recomendações incluem manter portas e janelas fechadas, evitar atividades físicas entre meio-dia e quatro horas da tarde, utilizar umidificadores de ar ou bacias com água e toalhas úmidas em locais estratégicos, além de usar máscaras para reduzir a exposição à fumaça.
Malveira reforçou a importância de buscar atendimento médico caso surjam sintomas de problemas respiratórios: “Temos unidades de pronto atendimento em todo o estado, além das unidades mistas e de atenção básica nos municípios. Se alguém na sua família apresentar dificuldade respiratória, dor de cabeça, irritação na garganta ou qualquer outro sintoma persistente, procure a unidade de saúde mais próxima. Não deixe o quadro se agravar”, alerta.
A situação no Acre é um lembrete da necessidade de medidas urgentes para controlar as queimadas e mitigar seus impactos na saúde pública, especialmente em um cenário de emergência ambiental como o que o estado enfrenta atualmente.
Com informações da repórter Débora Ribeiro para TV Gazeta