Com a intensificação do período chuvoso, o Acre enfrenta um aumento significativo nos casos de arboviroses, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), os números confirmam uma situação preocupante em várias regiões do estado, especialmente nos casos de dengue, chikungunya, zika vírus e febres como Mayaro e Oropouche.
Até a 49ª semana epidemiológica de 2024, foram registrados mais de 3,6 mil casos confirmados de dengue, com um total de 4.658 casos prováveis, representando um aumento em relação ao mesmo período de 2023. Vinte municípios já notificaram ocorrências da doença.

A situação é ainda mais alarmante quando se observa o crescimento dos casos de chikungunya. O estado contabilizou 280 casos prováveis em 2024, um aumento expressivo de 522,2% em relação ao ano anterior, quando foram registrados apenas 45 casos. O número de casos confirmados também cresceu, chegando a 211 registros espalhados por 21 municípios.
O zika vírus também apresentou crescimento, com 48 casos confirmados e 140 casos prováveis em 2024, contra 112 no ano anterior. A doença já foi identificada em 16 municípios acreanos.

As febres Mayaro e Oropouche, menos conhecidas mas igualmente graves, também chamam atenção. A febre de Mayaro teve oito casos confirmados em quatro municípios. Já a febre de Oropouche registrou 479 casos confirmados em 21 municípios, com um óbito notificado. Esses números refletem um aumento expressivo em relação a 2023, quando foram confirmados apenas 60 casos.
O período chuvoso é um fator determinante para esse cenário preocupante, já que as chuvas intensas favorecem o acúmulo de água em recipientes que se transformam em criadouros para o mosquito transmissor. As condições climáticas, aliadas às altas temperaturas, aceleram o ciclo de vida do mosquito, aumentando a proliferação e, consequentemente, o número de pessoas infectadas.
Diante desse quadro, a Sesacre alerta para a necessidade de ações imediatas e coordenadas entre gestores municipais e profissionais de saúde. Medidas como campanhas educativas, mutirões de limpeza e pulverização de áreas críticas são essenciais para conter o avanço das arboviroses. A população também deve colaborar, eliminando focos de água parada e adotando medidas preventivas, como o uso de repelentes e telas nas janelas.