Com a popularização das redes sociais, gestos simples em fotos e vídeos podem carregar significados perigosos, especialmente em contextos de criminalidade. Sinais comuns, como o “V” de vitória ou o gesto de rock, são frequentemente utilizados em contextos inocentes, mas, infelizmente, têm sido apropriados por facções criminosas em várias partes do Brasil, incluindo o Acre. Essa confusão pode trazer consequências fatais para pessoas que, sem intenção, acabam se envolvendo em situações de risco.
Casos como o dos irmãos na Bahia, que foram mortos após fazerem gestos de rock, ilustram o risco de má interpretação. Um sinal que em Libras significa “amo você” pode ser confundido com a linguagem de facções criminosas, levando a consequências trágicas. No Acre, a situação não é diferente. Em Rio Branco, o jovem Tiago Ozeias Tavares da Silva, de 18 anos, foi executado após uma foto com um gesto de “V” de vitória ser interpretada como apoio a uma facção rival. Outro caso, o do adolescente Júnior Henrique, reforça como até mesmo uma live com um gesto comum pode colocar vidas em risco.
O delegado Roberth Alencar explica que facções criminosas utilizam gestos como parte de um código de comunicação, tanto no Brasil quanto internacionalmente. A exposição nas redes sociais aumenta o risco de confusão e retaliação. “A exposição excessiva e a utilização de gestos similares aos das facções podem trazer situações como ameaças e extorsões”, alerta o delegado.
A Polícia Civil tem trabalhado para identificar e prevenir crimes relacionados a esses gestos. O monitoramento e as ações conjuntas entre delegacias especializadas e departamentos de inteligência são cruciais. A operação Escola Segura é um exemplo de ação preventiva no mundo cibernético. “O mundo cibernético não é uma terra sem lei. Conseguimos rastrear e elucidar ações criminosas”, afirmou Alencar.
A prevenção é a melhor defesa. Evitar postar vídeos e fotos com gestos que possam ser mal interpretados é essencial. “É importante entender que as organizações criminosas também se atualizaram com as tecnologias modernas. Elas têm grupos especializados para monitorar condutas online”, concluiu o delegado.
Com informações da repórter Rose Lima para TV Gazeta