Em reunião com autoridades brasileiras e bolivianas, o vice-ministro da Defesa Civil da Bolívia, Juan Carlos Calvimontes, anunciou a articulação de um projeto que visa construir um muro de contenção e comportas no rio Acre na região dos pontos críticos em Cobija, na Bolívia.
De acordo com a Defesa Civil boliviana, o projeto é resultado de um estudo técnico que verificou a necessidade da construção nesses pontos críticos em Cobija, com o intuito de evitar inundações. A Defesa Civil de Rio Branco, não teve conhecimento ao projeto, nem aos locais que serão feitas as intervenções.
Em entrevista à TV Gazeta, o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, Cláudio Falcão, explicou que é necessário que o projeto seja alinhado, para verificar os locais que será construído, uma vez que isso pode afetar Rio Branco e os municípios que são abastecidos pelo rio Acre.
“Nós precisamos ter uma conversa muito alinhada e um estudo muito de impacto, porque nós temos sete municípios do Acre, que são banhados pela bacia do rio Acre. Nós temos 1.190 quilômetros de rio, a maior parte desses quilômetros dentro do território brasileiro. Rio Branco, por exemplo, é uma cidade que depende exclusivamente do rio Acre em relação ao abastecimento de água” explica.
O coordenador explica que a construção de uma comporta pode gerar uma inundação súbita, caso o rio alcance um grande nível de profundidade e a comporta não suporte o volume de água. Além disso, a Defesa Civil alerta que a intervenção também geraria um impacto no período de seca.
“A questão de muitos locais que estão secos, é porque as pessoas constroem barragem em áreas particulares retendo a água que pode abastecer diversas pessoas. Então da mesma maneira que o nosso irmão boliviano está pensando em reter a água, a gente tem que pensar que essa água precisa chegar também aqui em Rio Branco. Isso pode afetar significativamente a cidade”, finaliza.
Matéria em vídeo produzida pela repórter Wanessa Souza para a TV Gazeta