James Patrício Souza Silva, proprietário de um site local, foi preso pela Polícia Militar no último sábado (25), e levado à Delegacia da Mulher, suspeito de agredir violentamente a própria esposa. A vítima, cujo nome não foi divulgado, precisou ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) devido à gravidade das lesões.
Segundo relatos, as agressões não são um episódio isolado. Em um desabafo enviado a um grupo de mensagens composto por amigos e conhecidos do casal, a mulher contou que havia perdoado o agressor em ocasiões anteriores, acreditando em uma mudança de comportamento. Desta vez, entretanto, o episódio foi ainda mais grave. De acordo com o relato, James quebrou uma cadeira na cabeça dela, trancou-a em casa e, se não fosse pela intervenção dos vizinhos, ela teria sido morta.
“Eu já dei parte dele antes, ele prometeu que nunca mais ia fazer isso. Eu perdoei, mas agora ele faz uma coisa dessas. Ele destruiu minha vida, meus planos, tudo. Eu ia começar a faculdade de fisioterapia, estava malhando, e agora acabou tudo”, desabafou a vítima, emocionada, no grupo de mensagens.
A vítima revelou que James, embora respeitado no ambiente profissional, demonstrava um comportamento agressivo em casa, especialmente sob o efeito de álcool. Segundo ela, o histórico de violência seria algo presente na família, com relatos de que a mãe do agressor também teria sido vítima de agressões pelo pai dele.
Durante a abordagem policial, testemunhas afirmaram que o suspeito tentou desqualificar a vítima, alegando que ela tinha problemas psicológicos e que deveria ser encaminhada ao hospital psiquiátrico. Contudo, a vítima foi levada ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar o exame de corpo de delito, enquanto James foi detido e segue aguardando os procedimentos legais.
Violência física e psicológica
O caso expõe a complexidade da violência doméstica, que muitas vezes vai além da agressão física. Segundo o Código Penal causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar as ações da mulher, são formas de violência psicológica que mantêm as vítimas presas em relacionamentos abusivos.
Ainda na noite de sábado, a Justiça do Acre expediu uma medida protetiva em favor da vítima, garantindo sua segurança. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que apura os fatos e deve tomar as providências necessárias para responsabilizar o suspeito.
Casos como esse reforçam a importância de denunciar e buscar apoio. O combate à violência doméstica passa pela conscientização, pelo suporte às vítimas e pela atuação rigorosa das autoridades.
Canais de Ajuda
A denúncia e o rompimento do ciclo de violência são passos desafiadores, mas necessários, que demandam suporte de familiares, amigos e instituições especializadas. O acolhimento da vítima é essencial para romper o ciclo de violência e desvincular-se do agressor.
As vítimas podem procurar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) pelo telefone (68) 3221-4799 ou a delegacia mais próxima.
Também podem entrar em contato com a Central de Atendimento à Mulher, pelo Disque 180, ou com a Polícia Militar do Acre (PM-AC), pelo 190.
Outras opções incluem o Centro de Atendimento à Vítima (CAV), no telefone (68) 99993-4701, a Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), pelo número (68) 99605-0657, e a Casa Rosa Mulher, no (68) 3221-0826.
Com informações da repórter Wanessa Souza para TV Gazeta