De 450 presos, 97 saíram para cometer novos crimes
Um levantamento da vara de execuções penais da capital acreana, realizado com 450 presos do semiaberto no período de setembro do ano passado até abril deste ano, revela que 97 presos saíram para cometer novos crimes, ou seja, 21,5%.
A maior incidência é de roubo, 40 registros, seguido pelo tráfico de drogas com 22 ocorrências, em terceiro lugar a violência doméstica com 5 casos. O regime semiaberto é quando o preso trabalha durante o dia e volta para dormir na prisão.
A nossa equipe foi as ruas ouvir a opinião da maior vítima nessa história, a população. O estudante Valber Gomes de Oliveira, por exemplo, se diz contra o regime semiaberto, “primeiramente isso nem deveria existir, se é pra tá preso (sic), não é pra ficar liberando ninguém, ficar confiando numa pessoa que já desrespeitou a lei, já fez mal há outras pessoas”.
Já o sertanista Antônio Macedo tem uma opinião totalmente diferente e até polêmica. “Acredito que o Brasil lindo e diverso em suas riquezas naturais não precisava ter presídio, nem precisava ter presos. O sistema deve dar as devidas condições para que sociedade não ‘desliza-se’ no mundo do crime e chegasse a esse ponto. Eu sou a favor do regime totalmente aberto”, disse ele.
A agente de saúde Benedita dos Anjos é favor da ressocialização, “deveria ter um melhor acompanhamento com relação ao que eles (presos em semiaberto) estão fazendo. Estão em semiaberto, mas quais atividades estão exercendo, o que eles podem fazer, qual o papel da legislação para ajuda-los a serem inseridos na sociedade novamente”, questiona.
A juíza titular da vara de execuções penais Luana Campos, responsável pela pesquisa, acredita que a falta de oportunidades no mercado de trabalho contribui para que os presos cometam novos crimes.