Em pronunciamento na Câmara Municipal de Rio Branco nesta quinta-feira (20), o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, abordou as ações de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, e destacou a implementação da tecnologia “Aedes do Bem” como uma das frentes de atuação do município. A fala ocorreu durante sessão que discutiu as medidas de prevenção e controle da doença, que tem registrado números alarmantes no Acre.
Biths explicou que o combate ao Aedes aegypti é realizado por meio de quatro estratégias principais: mecânica, química, legal e biológica.
“A estratégia mecânica envolve a eliminação de criadouros do mosquito por agentes de endemias e moradores. Já a química utiliza inseticidas para matar os mosquitos adultos. A estratégia legal prevê a aplicação de normas para responsabilizar proprietários de terrenos baldios que possam servir de focos de proliferação”, afirma.
A quarta e mais moderna estratégia é a biológica, que inclui o uso da tecnologia “Aedes do Bem”. Biths detalhou que na verdade são mosquitos machos geneticamente modificados. Ele citou exemplos de sucesso da tecnologia em cidades como Araguaína, no Tocantins, onde houve uma redução de 93% nos índices de infestação.
“O método consiste na liberação de mosquitos geneticamente modificados, cujos descendentes são majoritariamente machos, reduzindo a população de fêmeas – as responsáveis pela transmissão da dengue”, diz.
No entanto, o vereador Eber Machado (MDB) continua a questionar a eficácia e a transparência do processo de contratação da empresa responsável pela tecnologia, sobretudo na gestão do secretário anterior, onde os mosquitos foram perdidos e uma grande quantidade de dinheiro público foi desperdiçado atoa. Ele também cobrou a instalação da CPI, que atualmente precisa de mais duas assinaturas para investigar possíveis irregularidades na gestão anterior da Secretaria de Saúde.
“Essa empresa é acusada de superfaturamento em outras regiões do país. Como foi possível contratá-la? Precisamos de respostas. Se há medo de uma CPI, é porque há algo a esconder”, afirma Machado.
Em resposta, Biths defendeu o processo de contratação e explicou que o movimento seguiu conforme legalidade e que outras localidades se sobressaíram à dengue com este método.
“O processo seguiu todos os trâmites legais e administrativos, iniciados em fevereiro de 2024. A tecnologia ‘Aedes do Bem’ é uma ferramenta adicional no combate à dengue, e os resultados positivos em outras localidades justificam sua implementação em Rio Branco”, declara.
A discussão ocorre em um momento em que o Acre lidera o ranking nacional de casos de dengue, com mais de 2.200 notificações apenas em Rio Branco. Biths destacou que, em dezembro de 2024, o município registrou um índice de infestação predial de 10,3%, considerado alto e com risco de epidemia.
“Temos intensificado as ações de combate ao mosquito, com o apoio de diversos órgãos municipais e estaduais”, afirma.
Estagiário supervisionado por Gisele Almeida
Produção de Natália Lindoso