Artigo produzido por Guilherme Figueiredo para o Agazeta.net
O Brasil está entre os países que mais utilizam ferramentas de inteligência artificial (IA) no mundo. Mas quais são os objetivos dos brasileiros ao usarem essas tecnologias? Uma pesquisa recente traz as respostas.
Segundo estudo divulgado no começo de 2025, a IA é usada no Brasil em diferentes aspectos da vida cotidiana, desde trabalho e estudos até o lazer. Entre os entrevistados da pesquisa, 39% relataram usar chatbots de IA no trabalho, 22% para estudar e 38% para assistência geral durante o tempo livre. Outros 33% afirmaram usufruir da tecnologia para gerar imagens.
Especialistas apontam a crescente digitalização das atividades diárias no Brasil como principal responsável por tamanha adesão dos cidadãos. Do atendimento ao cliente à geração de conteúdo, as ferramentas de IA são vistas como um modo de agilizar as tarefas e aumentar a produtividade do dia a dia, sobretudo entre as gerações mais jovens.
As vantagens da IA
Além da velocidade, os entrevistados também trouxeram outros pontos positivos das ferramentas de IA, como:
- Conveniência e acessibilidade. Com assistentes virtuais de IA, os usuários podem acessar informações a qualquer hora e em qualquer lugar, o que facilita a aprendizagem e melhora a tomada de decisões no cotidiano.
- Segurança e autenticação. O uso de autenticação biométrica (como impressão digital, reconhecimento facial, escaneamento ocular) baseado em IA ajuda a garantir acesso seguro a dispositivos e contas.
- Usos criativos e recreativos. Com a IA, os usuários podem explorar processos criativos de criação de imagens, músicas e textos, independentemente de suas competências ou conhecimentos técnicos.
- Inclusão digital. As ferramentas de IA ajudam indivíduos com menores habilidades técnicas a acessar informações e serviços, reduzindo barreiras ao uso universal e democrático da tecnologia.
Considerações de segurança
Apesar das vantagens descritas, alguns usuários demonstraram preocupações de segurança com o uso dessas ferramentas. Para 24% dos entrevistados, por exemplo, é preferível evitar o compartilhamento de dados pessoais com essas plataformas, enquanto 16% acreditam que a tecnologia será responsável por tomar os empregos das pessoas.
Além disso, o estudo revelou que apenas 26% dos brasileiros se sentem confiantes em identificar imagens deepfake geradas por IA, o que acende o alerta sobre o potencial da tecnologia de gerar desinformação e fraude na rede.
Em resposta a essas questões, especialistas recomendam uma postura proativa e cética por parte dos usuários, adotando práticas como:
- Conferir conteúdos gerados por IA. A comparação de informações ou imagens geradas por IA com fontes confiáveis permite ao usuário checar a procedência de publicações duvidosas, sobretudo nas redes sociais.
- Usar ferramentas de segurança. Ao empregar programas como redes virtuais privadas (VPN), os usuários conseguem diversos benefícios de segurança, como mudar o IP para proteger a privacidade, criptografar os dados de navegação e ainda, em serviços premium, bloquear sites falsos criados com IA para roubar dados.
- Limitar o compartilhamento. Assim como alguns usuários já fazem de maneira intuitiva, deve-se limitar os dados pessoais que são compartilhados com plataformas alimentadas por IA, uma vez que as mesmas podem ser usadas de forma maliciosa.
- Manter-se informado. Golpes comuns de IA, como vídeos deepfake de celebridades, ganham notoriedade rápido. Ao se manter informado, o usuário melhora suas chances de conseguir identificar esses esquemas antes de cair na armadilha deles.
Como um dos maiores usuários de inteligência artificial do mundo, o Brasil é uma vitrine sem igual de tudo o que há de positivo e negativo na tecnologia. Mas, com uma maior conscientização e educação da sua população, os brasileiros poderão melhorar esse reflexo, maximizando as vantagens ao mesmo tempo que mitigam os riscos associados à IA.