Portões fechados, estudantes não têm acesso a Centro
O Centro da Juventude do bairro São Francisco está fechado para a comunidade, o que motiva reclamações e pedidos do público estudantil por sua reativação. A piscina do local abriga água suja, trazendo riscos de contágio de doenças e a estrutura do local deixa a impressão de abandono.
Os estudantes do bairro São Francisco não podem entrar no espaço construído para eles. Os portões do Centro da Juventude estão fechados.
A única atividade que acontece no imóvel, por sinal generoso e com uma boa infraestrutura, é do programa Bombeiro Mirim. Como o local estava ocioso, a coordenação do projeto pediu ao Estado que cedesse para a execução das ações.
Mas o público é restrito, por isso, nem todos os meninos e meninas do bairro São Francisco podem participar.
Segundo o estudante Antônio Igor, nem mesmo a entrada para beber água no centro é permitida. “Agora eles fecharam para o Bombeiro Mirim. A gente não pode entrarm, fazer mais nada aí dentro”, explica.
Os adolescentes sabem na ponta da língua o que o poder público parece ter esquecido. Quando o jovem não recebe atenção, fica suscetível às ofertas negativas que a vida propõe. “Pode começar a se envolver com droga, a roubar”, opina a estudante Luna Caroline.
Dentro do prédio encontramos carteiras e cadeiras escolares abandonadas, mato no entorno, telhados deteriorados pelo tempo e muitas, muitas portas fechadas.
Segundo um funcionário que pediu para não ser identificado, a noite não há iluminação e isso facilita a invasão de vândalos e viciados que utilizam o espaço para se drogar.
As piscinas estão abrigando água da chuva há muito tempo, o ambiente está propício para a proliferação do mosquito da dengue, um risco que correm tanto os alunos do projeto bombeiro mirim, quanto os moradores vizinhos ao Centro da juventude.
Segundo o coordenador do Bombeiro Mirim, tenente Jean, cerca de 100 crianças são atendidas por turno pelo projeto e mesmo com as limitações do prédio, as atividades não ficam comprometidas. Ele explica, que o problema com as piscinas já foi comunicado a Secretaria de Esportes do Estado, responsável pelo Ceja. “Não tem como utilizar a piscina por enquanto por que está infiltrando água. Já comunicamos com o comandante e estamos esperando providências para saber o que fazer”, disse.
No conjunto Rui Lino a reclamação era a mesma, a situação de abandono do Centro da Juventude. Agora o poder público jogou a toalha e ao invés de revitalizar e reativar o prédio passou para o Corpo de Bombeiros a administração do imóvel. A juventude perdeu mais um espaço, por outro lado, o Corpo de Bombeiros ganhou um novo ponto de apoio.
Apesar de aparentemente os espaços estarem ganhando novas funções, ficando a cargo de outras iniciativas, a Secretaria de Esportes afirma que os Centros da Juventude serão revitalizados. “Na época em que os Cejas foram criados foi para outra finalidade. A população cresceu e as suas necessidades são outras. Então vamos fazer um outro estudo para mudar o foco”, disse a Secretária de esportes, Shirlei Santos.
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